Quase 25% das startups portuguesas já sofreram pelo menos um ataque informático nos primeiros seis meses do ano, de acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira pela Dashlane, empresa responsável por um dos gestores de passwords mais populares do mercado. Os ataques de phishing (80%), de acesso por tentativas múltiplas (60%), conhecidos como força bruta, e de negação de serviço (50%) são os que mais afetam as jovens empresas no mercado português.
O inquérito revela ainda que 27% das startups portuguesas dizem ter sido vítimas de pelo menos um ataque informático em 2019 e 8% afirmam mesmo terem sofrido mais de cinco ataques durante o ano passado. Apesar de a maior parte das empresas não reportar qualquer ataque informático em 2019 (73%) ou em 2020 (81,1%), das que o fazem, quase 20% dizem que a frequência dos ataques aumentou ligeira ou significativamente em 2020.
Como já ficou provado através de outros relatórios, a situação de pandemia provocada pela Covid-19 fez disparar o número de ataques informáticos em Portugal, mas o número de empresas que decidiu fazer reforços de cibersegurança é baixo: quase 65% dos inquiridos dizem que a prioridade dada à cibersegurança manteve-se com a pandemia e 73% assumem não ter considerado novas soluções de cibersegurança para acautelar o trabalho remoto. O relatório revela ainda que 83,8% das startups garantem que o tema da cibersegurança irá manter uma prioridade semelhante à que já existia na empresa daqui em diante.
Mas quando a questão é sobre se o investimento em cibersegurança é “essencial” para o negócio da startup, 83,8% responderam que sim – ainda que 86,5% digam que vão manter o mesmo orçamento para esta área e que 75,7% admitam gastar menos de 10% do orçamento da empresa em questões de cibersegurança.
O estudo da Dashlane foi elaborado com base em inquéritos efetuados a 37 empresas do ecossistema de empreendedorismo português, entre os dias 2 e 16 de junho, de áreas como a Inteligência Artificial, moda, setor automóvel, comércio, entre outros. A informação tem por base as respostas de fundadores, diretores executivos (CEO), diretores de segurança e outros responsáveis das startups. A maior fatia das startups inquiridas tem entre 11 a 25 colaboradores (quase 38%) ou 1 a 10 colaboradores (cerca de 32%). Da amostra, quase 14% conta com mais de uma centena de colaboradores, 11% conta com 25 a 50 colaboradores e cerca de 5% conta com 51 a 100 colaboradores, lê-se ainda na nota técnica do estudo.