A Casa Branca já reagiu às revelações de Edward Fitzgerald, advogado de Julian Assange, dizendo que se trata de uma mentira. O advogado do fundador do Wikileaks conta que o congressista Dana Rohrbacher foi o porta-voz da ‘oferta’ de Trump para Assange: um perdão oficial em troca da sua colaboração para encobrir o envolvimento russo na adulteração das eleições presidenciais dos EUA. A proposta surgiu em 2017 durante uma visita do congressista a Assange na Embaixada do Equador, em Londres.
As declarações de Fitzgerald surgem publicadas no Daily Beast agora, uma semana antes de o processo de extradição começar a ser debatido nos tribunais do Reino Unido. A alegada proposta da Casa Branca incluia um perdão ou outra saída possível para Assange, caso este viesse a público afirmar que a Rússia não teve qualquer envolvimento no ataque pirata ao Comité Nacional Democrata, que terá acabado por influenciar as eleições presidenciais dos EUA.
O congressista ou a Casa Branca não responderam aos pedidos de esclarecimento da Cnet,mas a Secretária de Imprensa Stephanie Grisham disse ao Daily Beast que estas alegações eram “uma mentira completa”: “O presidente mal conhece Dana Rohrbacher, além de saber que é um ex-congressista. O presidente nunca falou com ele sobre este assunto ou qualquer outro. É uma completa mentira”.
As revelações de Fitzgerald vão ser analisadas pelos tribunais como uma prova de que o pedido de extradição de Assange para os EUA tem uma motivação política.
Recorde-se que o Wikileaks publicou os emails pirateados do Comité Nacional Democrata e revelou que estes tinham sido roubados por operacionais russos em 2016. O ataque informático aconteceu em plena campanha para as eleições presidenciais e poderá ter custado a Hillary Clinton, a candidata democrata, a vitória no processo.
Assange está atualmente preso em Belmarsh, Reino Unido, e opõe-se ao processo de extradição pedido pelos EUA, depois de a acusação de violação por parte das autoridades suecas ter caído. A decisão de extradição ou não deve demorar meses a ser tomada, com audições marcadas para fevereiro e maio.