Os países da União Europeia (UE) vão poder restringir ou excluir fornecedores de tecnologias 5G das redes nacionais de telecomunicações caso sejam considerados de risco para a segurança nacional ou europeia. A notícia, avançada pela agência Reuters, tem por base um documento da UE com orientações que cada país deve seguir na criação da infraestrutura para a quinta geração de redes móveis.
As recomendações, sublinha a agência, não são vinculativas, o que dá margem a cada um dos países para seguir uma abordagem distinta daquela recomendada. Ainda assim, o documento lembra os Estados-Membros dos riscos de interferência de países externos por via de componentes da rede 5G, como também chama a atenção para o risco de haver dependência relativamente a um único fornecedor de equipamentos 5G.
Uma das recomendações é que os países façam uma avaliação dos riscos dos fornecedores a nível nacional e apliquem restrições – ou exclusões, se for necessário – para mitigar potenciais riscos de segurança. O documento também aconselha os países a usarem fatores técnicos e não-técnicos na avaliação dos fornecedores.
Os países da União Europeia também vão ser aconselhados a criarem enquadramentos legais ou regulatórios para controlar a utilização de equipamentos de fornecedores externos e o acesso que têm a componentes considerados críticos na infraestrutura da nova geração de redes móveis.
O documento de recomendações nunca refere o nome de qualquer fabricante, mas pelas acusações das quais foi alvo nos últimos meses e por ser uma das empresas líderes em 5G, a Huawei pode ser uma das empresas mais visadas pela análise de risco que os países europeus vão fazer. Além da Huawei, também a finlandesa Nokia e a sueca Ericsson terão de passar pelo escrutínio dos Estados-Membros.
Ainda segundo a Reuters, os próximos passos da União Europeia relativamente à 5G deverão ser apresentados no dia 29 de janeiro pela vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager.