O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA (NTSB na sigla em inglês) lançou nesta terça-feira as conclusões do acidente fatal que envolveu um carro autónomo da Uber e ninguém foi poupado: apesar de a culpa atribuída à Uber ter por base diversas más práticas da tecnológica, a responsabilidade pelo acidente foi repartida.
Depois de uma audição com três investigadores que passaram o último ano a analisar todos os detalhes do acidente fatal, o conselho de segurança considerou que o grupo de tecnologias avançadas (ATG) da Uber tinha «procedimentos inadequados de avaliação de riscos de segurança», como é citado na publicação The Verge.
Foi também descoberto que o sistema de condução autónoma da Uber não estava programado para reagir caso encontrasse peões fora de uma passadeira, tal como aconteceu no acidente que vitimou uma mulher.
Durante a investigação, a Uber revelou ainda que antes do incidente, a frota de carros autónomos da empresa já tinha estado envolvida em mais de 30 acidentes.
A Uber é ainda acusada de ter sido «ineficaz» na monitorização dos operadores de segurança que estavam ao volante da frota de carros autónomos e que a empresa foi incapaz de responder com mecanismos de segurança às atitudes erradas que os condutores são mais propensos de cometer quando estão ao volante de um veículo que conduz sozinho.
Se a “pintura geral” é pouco lisonjeira para a Uber, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes também atribui a culpa a Rafaela Vasquez, a mulher que ia ao volante do carro que teve o acidente. A investigação concluiu que a mulher esteve, ao longo daquela viagem, mais de 30 minutos, no total, a olhar para o smartphone, sendo que a última vez que o fez acabou por resultar no atropelamento de uma pessoa.
Já o estado norte-americano do Arizona é acusado de não ter criado regras suficientes para a regulação de veículos autónomos nas estradas da região, o que também contribuiu para a morte de Elaine Herzberg – vítima que também não fica ilibada, já que tinha consumido metanfetaminas, substância que poderá ter contribuído para atravessar a estrada naquela situação.
Num comentário oficial às acusações da NTSB, a Uber lamenta a morte de Elaine Herzberg e diz que está comprometida em melhorar a segurança dos sistemas de condução autónoma. «Apesar de estarmos orgulhosos do nosso progresso, nunca vamos perder vista aos que nos trouxe até aqui ou a nossa responsabilidade em continuar a aumentar a fasquia na segurança», disse Nat Beuse, líder de segurança na Uber AGT.