Luis Barroso, presidente da Mobi.E SA, aproveitou a abertura da Conferência As Maiores do Portugal Tecnológico para fixar uma meta temporal para a exploração dos postos de carregamento de carros elétricos da rede Mobi.E: o processo de concessão da rede Mobi.E «deverá ficar concluído no final do primeiro trimestre de 2020».
O gestor reiterou a intenção de «dar as mesmas oportunidades a todos» operadores que venham a concorrer a um dos 10 a 11 lotes, que como foi definido pela Comissão Europeia, irão a concurso. Ao que a Exame Informática apurou à margem da conferência, os lotes terão expressão nacional. Cada lote deverá ter menos de 10% dos postos de carregamento elétricos.
«O que as concessões vão introduzir no mercado é concorrência», referiu Luis Barroso, tornando público o «mea culpa» por a Mobi.E não ter a capacidade para evitar os contratempos e falhas na rede que tem mais de 600 carregadores para carros elétricos.
O líder da Mobi.E recordou ainda que o consumo de energia por carros elétricos tem vindo a duplicar a cada ano que passa. E é a perspetiva de crescimento que leva o responsável a manter o otimismo quanto a operadores interessados nas concessões da rede Mobi.E e ao uso da rede pública. O que não impede o gestor da Mobi.E de fazer um reparo: «Não podemos contar que os subsídios e incentivos para a mobilidade elétrica vão durar eternamente».
Henrique Sánchez, presidente da Associação de Utilizadores de Veículo Elétricos (UVE), não deixou passar em claro as previsões do presidente da Mobi.E, e recordou que a rede pública continua a assumir um papel determinante, tendo em conta os estudos que apontam para 25% a 30% das casas nacionais que não estão preparadas para garantir carregamentos de carros elétricos.
O presidente da UVE não teve pruridos em assumir a discordância face ao presidente da Mobi.E e a defender a necessidade de uma rede pública que preencha as lacunas existentes. Quanto à rede elétrica pública há um sentimento contraditório que se destaca: «A UVE defende este modelo. A eletricidade que consumimos nas casas é das mais caras da Europa, mas a dos carros é das mais baratas. O modelo é virtuoso, mas não está a resultar», concluiu Henrique Sánchez.