O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e a TALUS desenvolveram num projeto conjunto, que dá pelo nome de FLEXCoating, uma célula robótica colaborativa capaz de fazer o revestimento de produtos de grandes dimensões e com geometrias complexas.
O projeto recebeu um investimento de 200 mil euros do programa de investigação e desenvolvimento da Comissão Europeia e promove a cooperação entre pessoas e robôs através de um sistema de sensores 3D, focado na monitorização do local de trabalho, localização de objetos, reconhecimento e programação de trajetórias.
A partir de agora, vai ser possível que robôs e trabalhadores consigam pintam em simultâneo se que um interfira no trabalho do outro. Também já não vai necessário que as linhas de produção tenham compartimentos reservados aos autómatos .
A célula robótica foi já testada com sucesso na FLUPOL, uma companhia portuguesa especializada na aplicação de revestimentos, e projeta-se que possa aumentar a produção da empresa na ordem dos 15% e otimize os processos em 10%.
Rafael Arrais, investigador do INESC TEC, revela mais detalhes em comunicado de imprensa: «Antes de iniciar o processo de revestimento, o operador ensina ao robô como deve pintar, demonstrando-lhe. Durante o processo de pintura, um sensor de visão 3D examina, reconhece e localiza o objeto a pintar e corrige a trajetória do robô previamente ensinada. Para além disso, existe ainda um sistema que monitoriza uma série de zonas de perigo que detetam invasões ao espaço de trabalho do robô, permitindo que operador humano e robô trabalhem de forma colaborativa. Existe ainda um sistema de monitorização seguro que permite ao operador humano sinalizar o reinício do processo de forma ergonómica.»