A Amazon e a Google anteciparam os protestos dos funcionários com o anúncio de medidas que têm como objetivo reduzir o impacto ambiental das respetivas atividades: a gigante do comércio eletrónico vai, por exemplo, comprar 100 mil carrinhas elétricas para fazer entregas, enquanto a Google vai fazer a maior compra de sempre de energia com origem em fontes renováveis.
Os novos compromissos das tecnológicas só apareceram depois de funcionários de ambas as empresas – e de outras gigantes como a Microsoft e o Facebook – terem marcado para esta sexta-feira um protesto concertado contra o forte impacto que estas tecnológicas têm no meio ambiente.
A ideia do protesto “tecnológico”, que nasceu como uma ideia de funcionários da Amazon, levou Jeff Bezos, líder da empresa, a anunciar «A Promessa Climática», nome do programa que vai guiar a Amazon numa nova meta: atingir a neutralidade carbónica – ajuda a remover tanto carbono como aquele que produz – em 2040.
A Amazon antecipa assim em dez anos o objetivo global que existe de se atingir a neutralidade carbónica até 2050. O objetivo de Jeff Bezos é que 80% da energia usada pela Amazon, até 2024, já seja de fontes renováveis, e que seis anos depois toda a energia consumida pela empresa tenha origem em fontes amigas do ambiente.
«Queremos usar o nosso alcance e a nossa escala para liderar o caminho [da descarbonização]», disse Jeff Bezos, citado pela BBC, na conferência na qual anunciou os novos planos da empresa.
Google também sob pressão
A gigante dos motores de busca também reagiu aos protestos dos funcionários com um anúncio: a maior compra de energia renovável da história. De acordo com uma mensagem do diretor executivo, Sundar Pichai, a Google vai comprar 1600 MW de energia renovável – solar e eólica – e estabeleceu um acordo com 18 empresas fornecedoras de energia, o que aumenta para 5500 MW o total de energia de fontes limpas que a Google já tem assegurado.
Este novo investimento da empresa vai permitir a construção de novas infraestruturas de energia avaliadas em dois mil milhões de dólares na América do Norte, América do Sul e Europa.
«O nosso objetivo é garantir que a tecnologia beneficie todas as pessoas – e o planeta a que chamamos casa. Com este anúncio, ficamos um passo mais perto desse objetivo.», escreveu o CEO no blogue da Google.
Microsoft em contraciclo
Centenas de funcionários da Microsoft também vão juntar-se ao protesto desta sexta-feira e o “alarme” soou ainda mais alto quando, esta semana, a tecnológica anunciou uma parceria com a petrolífera Chevron para criar tecnologias que ajudem na extração de petróleo, como destaca a publicação Gizmodo.
O anúncio da parceria resultou numa resposta imediata dos funcionários da Microsoft e que exigem, por exemplo, que a empresa deixe de ter contratos que tenham como objetivo a otimização dos processos de exploração de petróleo e gás.