Edward Snowden, ex-ciberoperacional da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) e da CIA, pediu asilo ao presidente francês Emmanuel Macron. Não é a primeira vez que esse pedido é apresentado junto do presidente francês pelo analista se exilou em Moscovo depois de ter revelado a existência de um aparato tecnológico, que recorre à Internet para recolher dados de cidadãos de todo o mundo para os serviços secretos americanos. François Hollande, antecessor de Mcron na presidência francesa, nunca chegou a dar resposta ao primeiro pedido de asilo, apresentado em 2013.
Em entrevista ao El Pais, Snowden aponta o dedo aos países regidos pelos princípios democráticos, que alegadamente, se recusam a dar-lhe asilo. Snowden recorda que nunca foi uma ameaça para a população, e conclui que é devido à pressão dos EUA que os pedidos de asilo têm sido, sistematicamente, recusados.
Snowden quebrou mais uma vez o silêncio, devido ao lançamento de um livro de memórias em 20 países com o original é intitulado Permanent record.
Em Portugal, a publicação é garantida pela Editorial Planeta, com o título “Vigilância Massiva, Registo Permanente”. O livro pretende narrar o percurso desde o ingresso nos serviços secretos dos EUA com o propósito de defender os EUA depois do ataque terrorista de 11 de setembro de 2011 até à ida para o exílio em Moscovo, Rússia.
A idade de 36 anos leva a crer que será ainda um pouco cedo para a publicar um livro de memórias, mas Edward Snowden sabe que o último capitulo que alguma vez por publicará ainda tem um final incerto: «Gostava de regressar aos EUA. Esse é o principal objetivo. Mas se alguma vez tiver que passar o resto da minha vida na prisão, a minha única exigência que teremos de acertar é que, pelo menos, tenha um julgamento justo. E é essa a única coisa que o governo (dos EUA) tem recusado garantir, porque não está disposto a disponibilizar aquilo a que se chama o interesse público na defesa», explicou Edward Snowden em declarações à CBS.