A Facebook confirmou que teve, mas já não mantém, fornecedores de serviços a transcrever conversas de voz mantidas através do Messenger. O objetivo seria aferir se os algoritmos de Inteligência Artificial interpretavam corretamente as mensagens. Os dados das conversas eram anonimizados e os utilizadores em questão tinham aceitado ser voluntários no programa. Ainda assim, a Facebook decidiu suspender a prática na semana passada, por receios de que haja falta de transparência nas políticas de transcrição da empresa.
Os fornecedores não foram informados sobre a proveniência das conversas que estavam a transcrever e começaram a julgar estar a fazer algum trabalho menos ético, noticia a Bloomberg. A política de privacidade da Facebook não é clara sobre o facto de que possam existir humanos a monitorizar estes conteúdos.
Recorde-se que a empresa foi multada nos EUA em cinco mil milhões de dólares por violações de privacidade, pelo que é compreensível que queira garantir que está em cumprimento antes de avançar com as escutas e transcrições novamente.
A necessidade de treinar e afinar os algoritmos de Inteligência Artificial faz com que as empresas tecnológicas procurem este tipo de conversas reais para “alimentar” os sistema. No caso da Facebook, a empresa tentará conseguir uma forma legal e transparente de obter este tipo de conteúdos ou terá de aceitar durante mais algum tempo o nível de precisão que a IA apresenta atualmente.