Foi marcada para 20 de janeiro de 2020 a audiência de extradição de Meng Wanzhou, a chefe do departamento financeiro da Huawei, para os Estados Unidos. De acordo com a Reuters, os advogados da empresária chinesa foram ouvidos pela justiça canadiana e propuseram que o processo se desse por concluído até outubro de 2020.
Meng Wanzhou, de 47 anos e filha do fundador da Huawei, foi detida no aeroporto de Vancouver em dezembro do ano passado a mando das autoridades dos Estados Unidos, que a acusam de ter enganado alguns bancos ao encobrir as relações entre a Huawei e uma empresa de telecomunicações no Irão.
A agência de comunicação avança que, embora Meng não tenha estado presente em tribunal, a Huawei afirmou num comunicado de imprensa que não há provas de que a empresária chinesa tenha cometido os crimes de que é acusada.
O comunicado de imprensa sublinha ainda que, para além das acusações que lhe foram feitas não serem consideradas crime no Canadá, o caso não é mais que uma vingança pessoal do presidente americano Donald Trump «guiada por razões políticas e financeiras e não pela justiça».
Os advogados de Meng Wanzhou querem que o processo de extradição seja suspenso, alegando que os serviços de fronteiras canadianos obrigaram a empresária chinesa a passar por um procedimento de segurança falso, de forma a que a polícia canadiana conseguisse chegar a tempo de fazer a detenção.
Acusam também as autoridades canadianas de terem violado a privacidade de Meng, ao terem aberto e visto conteúdos nos dispositivos eletrónicos que trazia consigo. De acordo com a Reuters, o governo canadiano afirma que, no momento da detenção, foi pedido à empresária chinesa que escrevesse a password do seu telemóvel num papel, que ficou sob a custódia da polícia canadiana, embora alegue que as autoridades não examinaram os conteúdos guardados nos aparelhos apreendidos.
As relações diplomáticas entre o Canadá e a China têm vindo a ficar mais tensas, dado que, desde a detenção de Meng Wanzhou, dois cidadãos canadianos foram detidos na China sob a acusação de espionagem, bem como a nível comercial, alguns produtos canadianos começaram já a ser impedidos de entrar na China.