No ano passado, um grupo de banqueiros de investimento estimou que a Uber pudesse valer 120 mil milhões de dólares em Bolsa. Agora que a empresa se prepara para realizar esta operação, entregou aos reguladores um relatório onde se prevê uma valorização que chegará, no máximo, aos 91 mil milhões de dólares. A principal razão para a revisão em baixa deve-se ao que a congénere Lyft conseguiu fazer quando entrou em bolsa também e o cepticismo com que foi recebida.
«Acreditamos que as reduções de preço para a Uber e para a Lyft sejam indicativas da hesitação dos investidores em apostar em modelos de negócios que exigem muito capital, não lucrativos e não testados nesta fase do ciclo da economia», disse Asan Hussain, analista da PitchBook citado pela Reuters.
Para a entrada em Bolsa, a IPO, prevê-se que a Uber defina um preço de 44 a 50 dólares por ação para a IPOe que venda 180 milhões de ações a este valor, chegando aos 9 mil milhões de dólares, com mais 27 milhões a serem vendidas a investidores já existentes por 1,35 mil milhões de dólares.
O mercado tem as suas dúvidas sobre se o modelo de car-sharing será rentável. Os executivos da Uber estão a percorrer o mundo para se reunir com potenciais investidores e esclarecer dúvidas ou falar sobre os planos de crescimento da empresa. A IPO deve acontecer a 10 de maio. Um dos argumentos a favor, e que levanta um pouco a ponta do véu, é que a PayPal irá investir 500 milhões de dólares em ações e que ambas as empresas preparam uma colaboração futura. Por outro lado, existem ainda as outras vertentes da Uber, como a Eats, que podem tornar a empresa rentável num curto prazo.