O Twitter suspendeu 2617 contas maliciosas ligadas ao Irão desde agosto. Essa informação serviu de base para a cooperação com o Facebook para investigar e eliminar 783 páginas e contas que estavam a ter um «comportamento coordenado inautêntico» em campanhas destinadas a desinformar a opinião pública: foram abrangidas 260 páginas, 350 contas do Facebook e 160 contas do Instagram. Estas campanhas destinavam-se especificamente a espalhar informações falsas e o caos entre os utilizadores do Facebook e do Instagram no Médio Oriente e Ásia.
Os responsáveis de ambas as empresas congratularam-se pelo esforço conjunto e pelo resultado final. Nathaniel Gleicher, que coordena a divisão de cibersegurança do Facebook, descreve um «exemplo encorajador do tipo de colaboração que queremos construir na indústria», enquanto Yoel Roth, responsável de integridade do Twitter, revela a estratégia de se continuar a colaborar com outros gigantes para «perceber melhor e identificar a atividade maliciosa», cita a Cnet.
Neste caso em concreto, as páginas disseminaram conteúdos repescado dos media detidos pelo governo do Irão sobre temas como as relações israelo-palestinianas ou os conflitos na Síria e no Iémen. Alguns dos conteúdos destinavam-se a amplificar a posição governamental do Irão.«As pessoas por trás desta atividade coordenaram-se e usaram contas falsas para criar falsas representações de si mesmas (…) essa foi a base para a nossa ação», disse Gleicher num post. Este perito revela que a eliminação aconteceu não pelo conteúdo, mas por estarem a ser enganados os utilizadores. Muitas das páginas foram desenhadas para parecerem localizadas em determinados países e, segundo o El Pais, algumas simulavam estar baseadas em Espanha.
O Facebook reforça que está a colaborar com as autoridades nos EUA e nos países afetados. Este esforço surge na sequência de várias acusações de que a plataforma foi usada por trolls russos para manipular as eleições presidenciais dos EUA em 2016.