O Facebook partilhou com o Senador democrata Ron Wyden uma carta onde detalha que tinha pouco controlo sobre a informação de milhões de utilizadores que partilhou com alguns fabricantes de telemóveis. Em 2013, o Facebook chegou a acordo com sete fabricantes para a “Facebook Experience”, onde se partilhavam dados dos utilizadores através de sofware personalizado. O Facebook chegou a acordos semelhantes com dezenas de outros fabricantes e parceiros depois. Mais recentemente, depois das revelações do Cambridge Analytica, a rede social começou a cancelar estes acordos.
Uma auditoria da PricewaterhouseCoopers estudou a parceria com a RIM e com a Microsoft e mostrou, em 2013, «provas limitadas» de que o Facebook teria monitorizado estas parcerias ou verificado se os parceiros cumpririam com as suas políticas de utilização de dados. A rede de Zuckerberg sugere, na carta enviada a Wyden, que tem uma política menos rígida com os parceiros e que estes terão de cumprir com a sua política de utilização. No entanto, uma análise cuidada da carta mostra que o Facebook não revela como lidou e corrigiu os resultados da auditoria de 2013.
«Os próprios auditores escolhidos pelo Facebook dizem que a empresa não estava a monitorizar o que os fabricantes de smartphones estavam a fazer com a informação pessoal dos americanos, nem estava a garantir que estes fabricantes seguiam as suas próprias políticas», acusa Wyden.
Os relatórios sobre as partilhas de dados foram revelados em junho pela FTC, no entanto, grandes partes estavam censuradas, algo que o Facebook e a PwC defenderam ser necessário para proteger segredos do negócio. No entanto, a equipa de Wyden teve acesso às versões integrais e pressionou Sheryl Sandberg, a COO do Facebook, a revelá-los completamente.
Fonte da Blackberry confirmou não ter tido conhecimento de qualquer auditoria feita pelo Facebook, no entanto, ressalva que o próprio negócio da Blackberry já envolve tratamento de dados pessoais, pelo que a empresa seguirá as melhores práticas.