Cada vez que fazemos uma pesquisa no Google estamos a usar servidores, routers e uma série de outros recursos que são alimentados, em grande parte, por fontes de energia não renováveis. Essa é a conclusão de Joana Moll, que tem trabalhado na análise da componente física da Internet. Em declarações ao Quartz, esta artista-investigadora garante que os «dados são muito poluentes». Segundo os estudos de Moll, cada pesquisa no Google traduz-se em numa quantidade apreciável de emissões. De tal modo que em 2015 as emissões de dióxido de carbono (CO2) associadas às pesquisas no Google terão sido equivalentes ao total das emissões da indústria aeronáutica.
Os dados compilados deram origem a um contador online, o CO2GLE, que usa a informação recolhida em 2015 e o pressuposto que o Google.com processa cerca de 47 mil requisições por segundo, o equivalente a 500 kg de emissões de CO2.
De acordo com a informação recolhida pelo Quartz, as emissões associadas a um internauta que utilize os serviços da Google durante um mês equivalem, em média, às emissões de um carro conduzido durante uma milha (cerca de 1,6 km).
Não é fácil calcular as emissões associadas aos serviços “cloud”. Há previsões mais pessimistas que as de Joana Moll. É o caso da agência britânica Carbonfootprint, que calcula que cada pesquisa Google equivale à libertação de 1 a 10 km de CO2.
Mas é possível que os dados recolhidos já estejam muito desatualizados considerando que aposta que a Google tem feito nos últimos anos em energia renovável. De acordo com a informação da Google, esta empresa já é neutra em emissões de carbono deste 2007. O que não significa que não seja responsável por grandes emissões de gases poluentes – apenas que compensa essas emissões.
De acordo com o contador CO2GLE, durante o tempo de escrita desta notícia a Google terá emitido mais de 300 toneladas de CO2.