Bastaram alguns tweets para que Joe Belfiore, líder da Área de Windows dentro da Microsoft, acabasse com todas as dúvidas que ainda pairavam no mercado: o Windows Mobile, o sistema operativo que chegou a ser apontado como estratégico para a defesa do império Microsoft, vai deixar de beneficiar de atualizações de software, que não sejam de segurança. E também não haverá mais lançamento de telemóveis compatíveis com este sistema operativo. Por outras palavras: o Windows Mobile vai ser descontinuado. Com esta decisão, o Windows 10 Mobile, que foi lançada em 2015, será a última versão do sistema operativo. Segundo a IDC, a quota de mercado do Windows Mobile não supera os 0,3%.
«Tentámos com muito esforço incentivar os programadores de apps. Demos-lhes dinheiro, escrevemos apps para eles, mas o volume de utilizadores (do Windows Mobile) é demasiado baixo para levar a maioria das empresas a investirem», referiu Joe Belfiore no Twitter, justificando o desinvestimento no Windows Mobile.
À luz das perspetivas que a Microsoft tinha na década passada (a primeira versão móvel do Windows remonta a 2000), o fim do Windows Mobile não será propriamente uma surpresa. A Microsoft sempre teve dificuldade em impor-se no segmento móvel – mas nunca fez dessa frente de batalha uma prioridade… até em 2013, decidir avançar para a compra da unidade móvel da Nokia por um valor que superou os sete mil milhões de euros.
Na altura, a aquisição era vista como um 2-em-1 estratégico: além de comprar uma marca que ainda disputava a liderança do segmento móvel, havia a expectativa de levar os utilizadores de sistemas operativo Symbian (que era liderado pela Nokia) a migrarem para o Windows, à boleia de uma nova geração de interfaces tecnológicas que já havia catapultado o Android e iOS para a liderança destacada do mercado mundial.
O The Telegraph recorda ainda que, depois de ter desmantelado a antiga unidade móvel da Nokia, com o despedimento de mais de 7.800 pessoas, a Microsoft acabou por vender o licenciamento para a produção de telemóveis com a marca Nokia à empresa HDM, da Finlândia.