Desde o ano passado até à F8 deste ano, a Facebook tem sido muito vaga sobre a missão do Building 8, dizendo apenas que está a trabalhar para construir hardware aparentemente impossível e a desenvolver projetos na área das realidades aumentada e virtual, inteligência artificial, conectividade e outras áreas inovadoras. A equipa é constituída por vários veteranos da Apple, Motorola e Google, entre outros nomes sonantes e liderada por Regina Dugan, ex-Google também. «Se estiver a fazer o meu trabalho bem, vamos entregar coisas que as pessoas nem sequer se lembraram de pedir», diz Dugan.
Silicon Valley apelida estes projetos de moonshots e grandes empresas como a Apple ou a Alphabet, entre muitas outras, têm igualmente equipas a trabalhar nesta área. «Mesmo que a tecnologia esteja a ser desenvolvida e nunca chegue a um produto final, a Investigação e Desenvolvimento feitos podem ser usadas para criar outras soluções», explica Jan Dawson, da Jackdaw Research, à Cnet.
Os esforços do Building 8 têm todos um prazo de dois anos. A Facebook assinou parcerias com 17 universidades para permitir rapidamente o crescimento da mão de obra envolvida em cada projeto, caso seja necessário. Um dos projetos apresentados durante a F8 descreve um sistema que permite escrever até 100 palavras por minuto no computador, bastando que o utilizador pense no que quer escrever, sem serem precisas as mãos. Este ritmo é cerca de cinco vezes superior à velocidade média a que as pessoas escrevem atualmente no smartphone. A tecnologia funciona de uma forma semelhante ao speech to text, que converte discurso falado em texto escrito, mas desta feita o input é a atividade cerebral. A Facebook quer desenvolver tecnologia não invasiva que permita transmitir os sinais cerebrais através de sensores que não tenham de ser implementados diretamente no cérebro. O objetivo é capitalizar a capacidade de processamento do cérebro, que pode chegar a até 1 TB por segundo.
Outro projeto interessante descreve um sistema que permita “ouvir” o que é dito através da monitorização da vibração da pele. O conceito é semelhante ao braille, mas em vez de termos de sentir os sinais através da ponta dos dedos, neste projeto o utilizador sente as diferentes frequências na pele e consegue converter isso em palavras ou ideias.
Durante os testes, uma pessoa aprendeu quais as vibrações associadas a nove palavras como cone, esfera, azul ou preto. Depois, as vibrações eram emitidas e a pessoa conseguiu formular conceitos complexos como “esfera+azul”.
Ainda não há qualquer previsão de data para que estes projetos vejam a luz do dia.