Há uma petição a circular na Net contra o projeto da Apple que prevê a desativação de câmaras de iPhones remotamente. Os mentores da petição recordam que este sistema, que impede a captação de imagens, remotamente, pode ter consequências no plano político e de cidadania. «O lançamento desta tecnologia pode ter grandes implicações, incluindo a censura de dissidentes políticos, ativistas, e cidadãos que filmam a brutalidade policial», refere o texto da petição.
Os argumentos políticos foram invocados, mas é inegável que boa parte da petição foi influenciada pelas recentes manifestações de denúncia da violência policial contra a comunidade negra nos EUA. Alguns dos casos que chegaram ao conhecimento público acabaram por ganhar dimensão mediática por terem sido filmados por câmaras de telemóvel, que facilitaram a retransmissão na Internet e na TV. A petição está em vias de alcançar o objetivo a que se propôs: quase 14.500 das 15 mil assinaturas necessárias foram já recolhidas.
A Apple registou uma patente de bloqueador de câmaras de telemóveis que opera remotamente, através de infravermelhos. Inicialmente, a patente teria por objetivo impedir gravações ilícitas – em concertos, ou espaços de sigilo industrial, entre outros cenários. A possibilidade de esta tecnologia ser usada com propósitos censórios e a petição que está a correr na Internet ainda não mereceram um comentário da parte da Apple.