
A Lenovo acaba de apresentar em São Francisco, Estados Unidos, o Phab 2 Pro – o primeiro smartphone a integrar o Project Tango da Google. O Phab 2 Pro tem quatro câmaras (para poder recolher as informações necessárias sobre o espaço que nos rodeia – já explicamos melhor) e uma série de sensores que, em conjunto, conseguem fazer 250 mil medidas espaciais por segundo. É assim que o ambiente tridimensional é continuamente criado.
O Phab 2 Pro foi apresentado no Tech World, o evento onde a Lenovo reúne a imprensa especializada e revela os dispositivos e tecnologias que está a desenvolver.
O Phab 2 Pro tem um chassis de alumínio e integra um ecrã de 6,4”. O telefone que chega em setembro vai estar disponível em cinzento e dourado por 499 dólares. Não conseguimos confirmar se Portugal estará entre os primeiros países a receber o dispositivo.
Às duas câmaras habituais em smartphones (neste caso a frontal tem 8 MP e a traseira 16 MP) foram adicionadas mais duas: uma que mede a profundidade e a outra que deteta e mede os movimentos. É a junção destas capacidades que permite, por exemplo, medir a distância entre objetos ou o tamanho dos próprios objetos. A Realidade Aumentada também beneficia com estas capacidades que permitem recriar cenários em cima de imagem real. Por exemplo, mostrar um dinossauro na mesa da sala.
O Phab 2 Pro tem som Dolby Atmos (um plug in da Dolby que permite enviar som de todas as direções – incluindo de cima e por baixo) e este é o primeiro smartphone a conseguir captar som em 5.1 (algoritmo da Dolby).
Atrás, existe um sensor para impressões digitais e a Lenovo garante que trabalhou na experiência Android para que este terminal (de grande dimensão) possa ser controlado facilmente com uma mão. O processador integrado no Phab 2 Pro é um Snapdragon.
Além deste Phab 2 Pro, a Lenovo apresentou o Phab 2 e o Phab 2 Plus. Telefones que herdam o design, mas não têm as capacidades inerentes ao Pro. Os telefones têm preços estimados de 199 euros, 299 euros e 499 euros, respetivamente.
Agora, só se chama “Tango”
Há um grupo dentro da Lenovo que, em parceria com a Google, desenvolve produtos para RV e RA. Desde janeiro do ano passado que estas equipas trabalham em conjunto no desenvolvimento deste equipamento. Na apresentação de hoje, foi revelado que o Projet Tango se chama, agora, apenas, Tango.
A tecnologia foi criada pela Google e é a junção de várias tecnologias que têm, como objetivo final, permitir aos dispositivos perceberem o espaço que os rodeia e, assim, poder orientar-se espacialmente.
Para isso, utiliza tecnologia de deteção de movimento tridimensional com medição de profundidade. É assim que os dispositivos que integrem o Tango vão conseguir orientar-se em espaços fechados sem recorrer ao GPS. Esta capacidade permite a criação de uma nova série de serviços e melhorar, por exemplo, a experiência em jogos e em sistemas de Realidade Virtual.
Exemplos práticos? Pode apontar o seu telefone para um objeto e ver, em tempo real, as medidas desse objeto a serem apresentadas utilizando Realidade Aumentada; também será mais fácil encontrar o caminho para um determinado produto numa qualquer prateleira de uma loja; apps educativas podem usar este conhecimento do espaço que rodeia o dispositivo para mostrar informação em cima de objetos reais; qualquer jogo pode ter em conta a sala onde é jogado e, assim, orientar o jogador. Na Google Play já existem algumas apps para o Tango e pode ver aqui o vídeo oficial da Google sobre a tecnologia.
No Tech World, a Lenovo demonstrou ainda as tecnologias que está a desenvolver para tornar os ecrãs mais resistentes e revelou protótipos de um smartphone e de um tablet com ecrãs dobráveis (e quais os componentes no seu interior que também dobram).
A Realidade Virtual esteve em particular destaque. A Lenovo e a Intel são parceiras da Oculus e foi possível ver uma experiência de multijogador usando um desktop Lenovo e os Rift, da Oculus.
Também foi demonstrado vídeo 360, da Intel, que permite que os utilizadores, em casa, possam escolher o ângulo nas repetições de eventos desportivos.
Dentro da Internet das Coisas, a Lenovo mostrou uns ténis com sensores que vão recolher alguns dados biométricos.
Yuanqing yang, chairman e CEO, Lenovo, afirmou que: “O nosso core business envolverá sempre um PC e um smartphone. Mas agora temos de responder a mais cenários. E o dispositivo só por si, não será suficiente. Para nós, a vantagem é poder juntar o nosso conhecimento no fabrico dos dispositivos com novas tecnologias centradas na Cloud, por exemplo. Temos de ligar as pessoas aos dispositivos, os dispositivos uns aos outros e, por último, ligar os dipositivos às redes. Finalmente, mais um nível: ligar os nossos dispositivos à nossa informação e claro liga-los a todos a serviços e a aplicações.”