A vencedora das famosas conferências TED (Technology, Entertainment and Design) é uma arqueóloga espacial…. A frase não lhe causa surpresa? E se lhe dissermos que a tal arqueóloga espacial ganhou um milhão de dólares (cerca 898 mil euros), será que a surpresa produz efeito? Ninguém melhor que Sarah Parcak para responder a todas as questões Ou não fosse provavelmente a única arqueóloga espacial que ganhou uma TED e garantiu um prémio de um milhão de dólares.
Depois desta vitória, é possível que Sarah Parcak se depare mais vezes com outra questão ainda mais simples: afinal, o que faz um arqueólogo espacial? E aí Parcak poderá dizer pelas suas palavras o que os jornais internacionais também explicam hoje: um arqueólogo espacial não anda viajar no Espaço à procura de locais para escavar vestígios de civilizações extraterrestres; o arqueólogo espacial procura sítios na Terra a partir de imagens que são captadas a partir de satélites – e esses, sim, andam a perambular pelo Espaço.
Como é costume nos prémios TED, Sarah Parcak terá de indicar o objetivo que pretende alcançar com a aplicação do prémio de um milhão de dólares. No caso da arqueóloga da Universidade do Alabama, foi expressa a vontade de que o dinheiro seja aplicado na promoção da arqueologia. Para conseguir alcançar esse objetivo, Parcak conta dar livre acesso às imagens que constam no seu site e recrutar voluntários para ajudantes de arqueólogos, que assumem a missão de complementar a análise de imagens de satélite que são processadas atualmente através de algoritmos específicos.
Até à data, o site de Parcak já permitiu apurar indícios de 17 pirâmides, mais de 1000 tumbas e mais de 3100 povoações da antiguidade. Além de multiplicar o número de voluntários e de achados, o site da vencedora das TED pretende alertar as autoridades para as investidas dos caçadores de tesouros – que por sinal também se avistam nas imagens recolhidas por satélite.
Para fomentar a participação da população mundial, o site da arquóloga espacial deverá funcionar na lógica dos videojogos: os utilizadores deverão receber pontos e tentar estabelecer recordes na descoberta de locais com potenciais achados. Apesar de poderem partilhar, eventualmente, os respetivos feitos nas redes sociais, os internautas não saberão a que locais se referem as imagens, a fim de evitar o mau uso da informação.
«Ao criar um exército de exploradores do século 21 à escala global, acabaremos por descobrir e proteger o espólio histórico do mundo que se escondido, que reflete a resiliência e a criatividade coletivas da humanidade», declarou Sarah Parcak, citada pela BBC.