A Comissão Europeia poderá vir a lançar uma investigação a um acordo que fixou o pagamento de impostos da Google no Reino Unido em 130 milhões de libras (cerca de 170 milhões de euros). A possibilidade de investigação foi avançada à BBC pela Comissária Europeia da Concorrência Margrethe Vestager, mas até poderá nem ser a ameaça mais premente que a gigante das pesquisas da Internet conheceu no dia de hoje: na Itália começaram a circular notícias nos meios de comunicação locais que dão conta de suspeitas quanto a uma alegada fuga de impostos que terá permitido à Google poupar 227 milhões de euros entre 2009 e 2013.
A Google já reiterou que tem regularizados os impostos em todos os paises onde opera, mas essa reação não impediu que alguns dos números estimados pelas autoridades italianas lançassem a suspeita sobre fidedignidade da contabilidade da empresa: a Reuters recorda que, em 2014, a Google terá pago ao estado italiano 2,2 milhões de euros em impostos.
O valor dos impostos pagos pela Google terá sido apurado com base em receitas de que rondam os 54,4 milhões de euros. Só que a entidade reguladora das comunicações italiana admite que os negócios da Google no país sejam 10 vezes superiores àqueles que foram reportados às autoridades.
No Reino Unido, os impostos pagos pela Google já serviram para o governo e a oposição esgrimirem argumentos. Perante as suspeitas, a gigante das tecnologias lembrou que, nos últimos seis anos, tem sido alvo de escrutínio e recorda um pormenor: o acordo assinado com o governo implicou o pagamento de um valor adicionado aos outros impostos que a Google já paga na atualidade.
Sendo um dos principais ícones da globalização e dos negócios por via eletrónica, a Google atrai também as atenções das autoridades europeias no combate à evasão fiscal protagonizada pelas grandes empresas de tecnologias.
De acordo com a Reuters, a Comissão Europeia está em vias de avançar com medidas de combate às fuga aos impostos que, alegadamente, estará a ser explorada pelas multinacionais que tiram partido do mosaico fiscal do “velho continente”.