Marcel Hirscher serpenteia como poucos – e é essa capacidade de deslizar sobre a neve que valeu ao austríaco o campeonato do mundo de esqui nas últimas quatro temporadas. Ontem, o jovem desportista perdeu o título de slalom para o norueguês Henrik Kristoffersen, mas garantiu o prémio mais valioso de todos: escapou ileso a um drone que caiu a centímetros de distância, em pleno slalom.
Hirscher não se terá apercebido da queda do drone durante a competição, mas não conseguiu calar o óbvio quando questionado pelos jornalistas: «Isto é horrível. Isto não pode acontecer outra vez. Isto pode fazer estragos muito sérios».
A queda de um drone em pleno campeonato do mundo de esquia, que está a decorrer em Madonna di Campiglio, Itália, volta a colocar na agenda o debate sobre os perigos resultantes do uso das pequenas máquinas voadoras. Há cada vez mais eventos desportivos e espetáculos filmados por drone. Os riscos de queda no meio da multidão não são desprezáveis: o Telegraph revela que, só em julho e apenas nas ilhas britânicas, terão havido registo de 12 razias ou quedas nas imediações de pessoas.
A Agência Europeia de Segurança da Aviação (AESA) apresentou, no verão, uma proposta de regulação que já acautela este risco – e proíbe o sobrevoo de ajuntamentos com mais de 12 pessoas. A mesma propostas de regulação define ainda que até aos 50 metros de altitude todos os drones com menos de 25 quilos de peso são livres de voar, desde que respeitem proibições relacionadas com a segurança nacional ou o espaço aéreo da aviação comercial.