O estudo do World Bank Group prevê que as alterações climatérias tenham um impacto em mais cem milhões de pessoas, levando-as até ao limiar da pobreza em 2030. Com estes cem milhões, o número de pessoas perto do limiar da pobreza poderá chegar aos mil milhões de habitantes, noticia o Mashable.
Este impacto pode ser mais significativo do que o que é conseguido com as medidas criadas pelas Nações Unidas para acabar com a pobreza, incluindo o novo objetivo de desenvolvimento sustentável, que visa erradicar a pobreza extrema nos próximos 15 anos.
O estudo do World Bank conclui que os mais pobres são os que mais expostos estão às condições do tempo e são os mais afetados com qualquer alteração. Com a subida das temperaturas, diminuição das chuvas e muito mais, esperam-se anos mais fracos em termos de colheitas, o que resulta na subida do preço dos alimentos. Além disso, as condições de salubridade deterioram-se, aumentando o risco de contrair doenças como malária.
As alterações climatéricas podem resultar numa redução das colheitas em 5% em 2030 e 30% em 2080, a malária pode afetar mais 5% de cidadãos e a diarreia mais 10% e o número de pessoas expostas a desastres naturais também pode subir 9 a 17% em 2030 e 50 a 90% em 2080.
Esta análise teve em conta mais de 1,4 milhões de famílias em 92 países e avaliou o impacto em cada uma, através da lente de desastres naturais, saúde e agricultura. No pior cenário possível, as alterações climatéricas, com conjunto com outros fatores, podem fazer com que estabilize o número de pessoas a viver em pobreza extrema, para os 900 milhões de cidadãos. Em perspetiva, no ano de 2012 foram identificados 902 milhões de pessoas pobres e o esforço global permitiu, em apenas três anos, baixar este número em 200 milhões.
O estudo aponta o caminho para evitar estes cenários dizendo que um desenvolvimento sustentado e informado será a melhor solução, sendo suficientes para evitar a maior parte destas consequências negativas.