
Terá a Coreia do Norte conseguido atacar com sucesso o programa nuclear da vizinha Coreia do Sul? A questão tende a repetir-se nos próximos dias – até que as autoridades locais consigam recolher as pistas necessárias para identificar o autores dos ataques que terão logrado desviar dados da Korea Hydro and Nuclear Power.
Para já, apenas o ataque foi confirmado. O governo sul coreano fez saber que os hackers terão conseguido vencer a segurança informática da Korea Hydro and Nuclear Power para desviar informação classificada como «não crítica».
A análise do governo sul coreano contrasta com a leitura de alguns especialistas que admitem que os hackers tenham conseguido obter a informação necessária para assumir, remotamente, o controlo dos 23 reatores atómicos dispersos pelo país.
«Isto demonstra que, se alguém tentar com uma intenção maliciosa infiltrar-se no sistema, será impossível dizer com toda a certeza de que essa tentativa vai ser travada na totalidade», alertou Suh Kune-yull, especialista de segurança informática da Universidade Nacional de Seul, em declarações reproduzidas pela Reuters.
Coreia do Norte e Coreia do Sul estão tecnicamente em guerra desde 1953 (ano em que foi assinado um armistício). Hoje, a desconfiança é mútua – e estende-se à Internet. Em 2013, o governo sul coreano queixou-se de uma vaga de ciberataques proveniente do vizinho do norte, que vive isolado desde os anos 1950 sob os desígnios de uma dinastia de governantes comunistas.
Hoje, foi a vez de ser confirmado o ataque às redes da empresa que gere o programa nuclear sul coreano – e, mais uma vez, as suspeitas recaíram sobre a Coreia do Norte.
Além do historial de guerra entre os dois países, há mais um fator acrescido que leva muito dos sul coreanos a apontarem o dedo aos vizinhos comunistas: nos EUA, o aliado principal aliado da Coreia do Sul, o presidente Barack Obama prometeu responder à Coreia do Norte pelos ciberataques contra a Sony e também pelas ameaças de terrorismo na estreia do filme The Interview nas salas de cinema.