A Agência Nacional de Segurança Sanitária, da Alimentação, do Ambiente e do Trabalho de França (ANSES) emitiu uma recomendação com o objetivo de proibir o uso de óculos e conteúdos 3D por crianças com menos de seis anos de idade. A ANSES refere ainda que o 3D deve ser usado moderadamente por crianças com idades entre os seis e os 13 anos de idade.
O alerta foi lançado depois de se conhecerem os resultados que um estudo sobre o impacto que as imagens estereoscópicas podem ter na visão das crianças, tendo em conta que os olhos, até aos seis anos de idade, ainda estão em fase de desenvolvimento.
Na origem dos efeitos negativos do 3D estará o denominado conflito vergência-acomodação, que resulta na incapacidade do espetador para juntar imagens que são vistas pelos olhos em planos diferentes, mas que deveriam ser processadas pelo cérebro como uma só, a fim de dar a sensação de volume e profundidade.
Nos adultos, o conflito vergência-acomodação apenas produzirá dores de cabeça e a incapacidade para percecionar os efeitos 3D; mas nos espetadores de palmo e meio o efeito pode ser mais gravoso: «Nas crianças, especialmente antes dos seis anos de idade, os efeitos para a saúde que resultam do conflito de vergência-acomodação podem ser bastante mais severos tendo em conta o estado de desenvolvimento em que o sistema visual nestas idades», refere a ANSES, citada pela BBC.
O alerta da ANSES não é inédito: desde Avatar, o primeiro grande sucesso do cinema 3D, que ciclicamente surgem notícias e estudos que dão conta do impacto negativo que a estereoscopia pode ter junto dos mais jovens. Em Itália, já está em vigor uma lei que proíbe o uso de conteúdos estereoscópicos pelos mais jovens; a própria Nintendo lançou um alerta aquando da estreia da Nintendo 3DS, lembrando que os jogos em 3D poderão ser prejudiciais para as crianças antes dos seis anos de idade.