Eric Schmidt está determinado em mostrar que a Google não cooperou com as ações de ciberespionagem da NSA e da GCHQ (os serviços secretos britânicos), que terão originado o desvio de dados pessoais de milhões de internautas.
O presidente da Google recorda que a empresa de Mountain View queixou-se do sucedido repetidamente junto do governo dos EUA. Em reação às revelações feitas pelo ex-operacional da CIA Edward Snowden em junho de 2013, os servidores da Google passaram a encriptar o tráfego, refere o Guardian.
Eric Schmidt admite que, à semelhança de altos responsáveis da Google, estaria numa posição privilegiada para saber das intrusões levadas a cabo pelos serviços de inteligência dos EUA e do Reino Unido, mas garante que pouco poderia ter feito para evitar essas intrusões. «Caso tivéssemos reunido e recebido informação, provavelmente não teríamos possibilidade de atuar, uma vez vez que passaríamos a ter conhecimento do caso. Declinei participar em briefings (com o governo dos EUA) sobre este assunto para não me sentir constrangido (na minha capacidade de atuação)», referiu o presidente da Google quando entrevistado pelo Guardian.
Eric Schmidt diz compreender o que levou Edward Snowden a divulgar os dados sobre as operações de ciberespionagem das agências de segurança norte-americana, mas não alinha com o coro de ativistas e políticos que defendem que Edward Snowden deve ser perdoado. E diz que a decisão de perdoar ou não o ex-operacional da CIA «não é óbvia».