
O objetivo do Brasil é manter as ligações com o resto do mundo, mas conseguir alguma autonomia face aos acessos que passem pelos EUA e que possam ser espiados. A presidente Dilma Roussef ordenou várias medidas nesse sentido, mas os especialistas legais avisam que poderá não ser possível implementá-las todas.
Roussef pretende forçar empresas como a Google e o Facebook a terem servidores dentro das fronteiras brasileiras, sujeitas à legislação brasileira; construir mais pontos de ligação para redirecionar o tráfego do Brasil e evitar potenciais espiões; criar um serviço de email controlado pelo Estado e que seja alternativa ao Yahoo! ou ao Gmail, por exemplo; lançar um cabo submarino que ligue a Europa e o Brasil sem passar pelos EUA, noticia o Gizmodo.
A presidente do Brasil tinha visita de estado marcada para se encontrar com Barack Obama, mas anunciou ontem a decisão de a cancelar. Sabe-se que o responsável norte-americano terá telefonado para a demover desta decisão, mas sem sucesso.
À luz da polémica revelada por Edward Snowden, descobriu-se que o Brasil é o segundo país mais espiado pela NSA, à frente de “inimigos naturais” como a China ou o Irão. Os brasileiros estão indignados com a situação e pretendem um relatório detalhado sobre a ação de espionagem levada a cabo pela secreta norte-americana.
O ex-director da CIA e da NSA Michael Hayden explica que o Brasil está sempre debaixo de olho porque é aí que os cabos transatlânticos terminam, o que torna o país num dos hubs de telecomunicações mais importantes do mundo.