Desta vez a acusação do China Labor Watch (CLW) recai sobre a Pegatron, um dos principais fornecedores da Apple. De acordo com o comunicado da organização que defende os trabalhadores chineses, foram identificadas 86 transgressões aos diretos dos trabalhadores num estudo feito a três fábricas da Pegatron. Alegadamente, 36 das transgressões são de ordem legal, o que significa que não respeitam as leis chinesas. As outras 50 são consideradas transgressões de ordem ética. A China Labor Watch agrupa as transgressões em 15 categorias, que incluem descriminação, violação dos direitos dos trabalhadores, salários insuficientes, excesso de horas de trabalho, poluição e abuso pelos superiores.
O mesmo comunicado indica que as transgressões detetadas violam não só as leis e a ética como as próprias regras da Apple no que taça à responsabilidade social e código de conduta. A China Labor Watch dá como exemplo o horário de trabalho, que a Apple tinha limitado a 60 horas semanais – ainda assim, 11 horas acima do limite legal na China. Segundo a organização, os funcionários das três fábricas estudadas trabalham entre 66 a 69 horas por semana.
A organização acusa a Apple de ignorar estes problemas: «A Apple tem tolerância zero no que diz respeito a falhas de qualidade nos seus produtos. Se surge uma falha na qualidade, a Apple faz tudo o que pode para corrigir o problema imediatamente. Mas, aparentemente, os níveis de urgência em resposta aos abusos dos direitos do trabalho são mais baixos.»
A Apple já respondeu às acusações via comunicado publicado pelo The Register. A empresa garante estar atenta ao problema e indicou que já fez 15 auditorias a instalações da Pegatron deste 2007, algumas das quais incluíram visitas surpresa, o que cobriu mais de 130 mil trabalhadores. De acordo com a Apple, o horário médio de trabalho na Pegatron é de 46 horas semanais. Mais, a empresa norte-americana informou que tem trabalhado em colaboração com a China Labor Watch e investigado as queixas da organização.