A rxrz assumiu ter 19 anos e ser uma estudante na União Europeia, numa entrevista concedida por email. No mês passado, esta informática publicou no GitHub uma série de código usado pela Microsoft e que veio da Samsung, noticia a Wired. Este código é na verdade open source, uma vez que usa partes do kernel Linux, no entendimento que rxrz faz da Gnu General Public License.
O software divulgado é um driver relacionado com o exFAT, um sistema de ficheiros de memória flash que é bastante popular entre as câmaras digitais e os fabricantes de smartphones. Este sistema pode ser usado no Windows ou no Mac OS X e os fabricantes pagavam licença à Microsoft pela utilização. Os fabricantes como Samsung e Sharp que têm telemóveis Android, com kernel Linux, também teriam de pagar este licenciamento e depois adaptar o código de referência às suas necessidades.
A descoberta de rxrz surgiu quando esta procurava uma forma de partilhar dados com amigos e família. Mas para o Linux, a implementação de exFAT existente era demasiado lenta para as necessidades de rxrz. Procurou pelo GitHub, uma espécie de repositório e rede social para o código aberto, e descobriu código do Galaxy Tab 10 e que tinha sido escrito pela Samsung.
A programadora decidiu então fazer a sua própria versão daquele código e libertá-lo para a comunidade unilateralmente. «Quanto mais li sobre o exFAT, pior me sentia sobre a história de ser “proprietário”», afirma rxrz.
Segundo o acordo GPL, as empresas não podem misturar o código aberto Linux com o seu próprio código proprietário e depois vender produtos com esta mistura. Aparentemente, seria isto que a Microsoft e a Samsung estariam a fazer.
A Microsoft considera que «o exFAT é uma tecnologia propriedade da Microsoft e protegida com as nossas patentes», afirma a empresa de Redmond em comunicado. A Robin Hood do código, como está a ser apelidada pela imprensa internacional, confessa que não pensou muito nas consequências legais dos seus atos: «Não percebo como é possível patentear um sistema de ficheiros. Não é um conceito». Por fim, alguém mais experiente poderá pegar no código libertado por rxrz e preparar um outro sistema de ficheiros que poderá ser lançado ao abrigo da licença GPL.