O número é estimado pela Comissão Europeia: a adoção de normas abertas e o fim do «aprisionamento» das marcas pode gerar poupanças de 1,1 mil milhões de euros às administrações públicas dos 27 estados membros. É com base neste número que a Comissão Europeia anunciou o lançamento de um guia com várias recomendações que deverão nortear a aquisição de software e serviços derivados no setor público.
Entre as medidas sugeridas, destaque para a realização de concursos para aquisição de software. Segundo o executivo europeu, a duplicação da oferta de soluções é suficiente para reduzir, através da simples concorrência, 9% do custo das soluções.
Num comunicado, Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia, exorta os vários estados-membros a acabarem com a dependência das marcas: «As normas abertas criam concorrência, conduzem à inovação e permitem poupar dinheiro. O guia hoje publicado visa ajudar as autoridades nacionais a aproveitarem todas as oportunidades para a inovação e a eficiência».
O comunicado da Comissão Europeia recorda que o receio da mudança e alguma incapacidade técnica têm inviabilizado a adoção de normas abertas. O executivo recorda ainda que a inexistência de normas pode dificultar a partilha de informação dentro de organismos do mesmo estado ou entre os diferentes países do espaço europeu.
A Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL) já se pronunciou a favor da mais recente posição da Comissão Europeia: «É importante que as várias entidades não só saibam logo à partida como devem fazer os concursos públicos, como é necessário que entendam que tal lhes é benéfico. Vemos, assim, com muito bons olhos o comunicado da Comissão, e esperamos com atenção pelo desenrolar desta iniciativa", refere Marcos Marado, vice-presidente da ANSOL.