Bill Gates pode já não ser o rosto da Microsoft, mas não deixa de vestir a camisola sempre que preciso. Numa entrevista à CNBC, o antigo líder da Microsoft apontou mira aos concorrentes do Windows 8, o sistema operativo que está longe de ser um sucesso retumbante tanto nos tablets como nos computadores pessoais. Mas que continua a merecer o otimismo de Bill Gates: «O Windows 8 é revolucionário, porque traz vantagens para os tablets e os computadores pessoais, e porque suporta estes dois (tipos de dispositivos) – uma pessoa que tenha o Surface ou o Surface Pro garante a portabilidade de um tablet, mas também as virtudes de ter um teclado, ou um Office típico de um PC».
O mesmo Office que é alvo de elogio do líder da Microsoft serve de mote para uma análise negativa sobre iPads e os tablets Android. Segundo o empresário norte-americano, há muitas pessoas que se sentem «frustradas» com os seus tablets, porque simplesmente «não podem escrever, não podem criar conteúdos» – precisamente porque não têm o Office.
Para a Microsoft, a batalha pelo Windows 8 assume também contornos de defesa do império criado com a evolução do PC. Os números mais recentes apontam para uma crescente aposta na compra de tablets (foram vendidos 253 milhões de tablets vendidos desde 2010, segundo a IDC) e um decréscimo nas vendas de PC. Bill Gates admite que a concorrência pode vir de várias frentes e recorda que as fronteiras entre famílias de produtos estão a esbater-se à medida que surgem marcas emergentes em segmentos diferentes dos originais.
Google, Apple, Facebook, Amazon ou Samsung são os exemplos de concorrentes com que a Microsoft vai ter de aprender a lidar de ora em diante: «O mercado de PC é grande. Vai tornar-se cada vez mais difícil distinguir produtos entre PC e tablets, com o Windows 8, a Microsoft está a tentar ganhar quota num mercado que tem sido dominado pelos dispositivos do tipo iPad».
A Microsoft vendeu, até à data, dois milhões de tablets Surface.