Recentemente, a Carrier IQ esteve debaixo de fogo nos EUA devido a alegadas violações de privacidade. O software desta empresa, que está instalado em milhões de telefones naquele país, regista toda a atividade do utilizador, desde pesquisas, sites visitados, SMS enviadas, localização das chamadas, entre muitas, muitas outras informações.
O escândalo rebentou quando o investigador de segurança Trevor Eckhart publicou um relatório em que acusava a empresa de instalar malware em diversos smartphones. Eckhart chegou mesmo a apelidar o software da Carrier IQ de rootkit, dado que corre de forma invisível para o utilizador e não há forma fácil de o desinstalar.
A Carrier IQ alega que não está a invadir a privacidade dos utilizadores, dado que o seu software é usado pelas operadoras de telemóvel como forma de melhorar os serviços. Segundo a empresa, são os operadores de telemóvel que decidem a quantidade de informação que recolhem ou não, e que decidem o que fazer com ela.
Segundo a PC World, reguladores e organizações por toda a Europa, começaram, agora, a investigar o software da Carrier IQ para assegurar que empresas e operadoras de telemóvel não estão a violar a privacidade dos utilizadores.
Empresas como a Apple, Vodafone ou Samsung são algumas das visadas nesta questão. Thomas Kranig, presidente do departamento de proteção de dados da Baviera, disse que "a coisa mais importante para mim é que os utilizadores saibam como são usados os seus dados, e se não for este o caso, teremos um problema".
A Apple confirmou que chegou a usar o software da Carrier IQ em versões mais antigas do seu iOS, mas que deixou de o usar no iOS 5. Por outro lado, a empresa diz também que nunca recolheu informação pessoal e que o envio desta informação de diagnóstico era opcional e voluntária – é necessário ativar a opção para enviar informações de diagnóstico do iPhone.
Já a Samsung diz que os telemóveis vendidos na Europa não empregam o software da Carrier IQ.
A PC World diz também que a Vodafone levou a cabo uma experiência limitada do Carrier IQ em 2009 em Portugal, mas que entretanto decidiu não usar o software.
Atualização: a Exame Informática contactou, entretanto, a Vodafone Portugal, que explica que os testes limitados que conduziu em 2009 foram apenas em pens 3G e não em telemóveis. Entretanto, a Vodafone confirma, também, que decidiu não usar este software para verificar eventuais problemas de conectividade.
Acha que as operadoras podem recorrer a este tipo de programas? Ou são demasiado invasivos e lesivos da privacidade dos utilizadores?