O escândalo em torno da Olympus fez mais uma baixa. Depois da demissão do CEO Michael Woodford, é a vez de ser anunciada a saída de Tsuyoshi Kikukawa, o chairman que assumiu a liderança executiva depois do despedimento do gestor britânico.
Mais uma vez, o mercado bolsista não tardou a reagir à notícia: na quarta-feira, as ações da Olympus registaram uma desvalorização de 7,6%. Desde que Woodford saiu da companhia, a 14 de outubro, a Olympus perdeu metade do seu valor bolsista, estima a Reuters.
Para a fabricante de câmaras fotográficas e equipamentos médicos é provavelmente uma das maiores crises da sua história: tudo começou com a contratação de Michael Woodford, um ocidental que, contra todas as expectativas e tradições, assumiu a chefia executiva da Olympus em fevereiro, depois de um percurso de 30 anos na companhia.
O primeiro CEO executivo não japonês da Olympus não tardou a dar razão aos que consideravam arriscado colocar um ocidental à frente da quase centenária companhia. Ao chegar ao cargo, Woodford pôs em causa a forma como se processou a compra da fabricante de equipamentos médicos Gyrus.
O negócio ficou orçado em 2,2 mil milhões de dólares, tendo a Olympus pago 687 milhões de dólares a consultores que mediaram a transação. Por superar em muito os valores geralmente cobrados pelas consultoras (geralmente costuma ser 1% da transação), Michael Woodford solicitou a investigação das autoridades japonesas e britânicas.
Com esta ação, Woodford entrou em rota de colisão com Tsuyoshi Kikukawa e ditou a sua saída da companhia. Passados 12 dias, é a vez daquele que, nos bastidores, era conhecido como "o imperador", sair da companhia que liderou. Shuichi Takayama, diretor-geral da Olympus, é agora o novo presidente da Olympus.
Segundo o The Independent, Michael Woodford contactou, recentemente, a Scotland Yard, a fim de obter proteção pessoal.