A Zapp.pt, operadora com currículo nas comunicações trunking e CDMA, diz ter interesse em participar no leilão de frequências que a Anacom vai levar a cabo, em breve, para a exploração da Quarta Geração de telemóveis (4G, que é dominada pelo protocolo LTE), mas considera que os moldes do concurso limitam a entrada de concorrentes aos três operadores que já se encontram no mercado.
"Um operador com milhões de clientes tem sempre maior capacidade de licitação. O leilão deveria ter em conta o que se faz lá fora, reservando uma licença para operadores que ainda não estão a operar no GSM ou no 3G", responde José Campos, diretor executivo da Zapp.pt quando inquirido pela Exame Informática.
O responsável da Zapp.pt defende que o próprio memorando assinado recentemente pela Troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) e o Governo Português e parte da oposição já preconiza a entrada de um novo operador capaz de potenciar a concorrência no 4G.
A reivindicação da Zapp.pt tem por base a alínea 5.17 do memorando, que refere as medidas que o Governo deverá tomar na área das telecomunicações. A alínea defende que o Governo deve "Facilitar a entrada no mercado de novos intervenientes, tendo como incentivo o direito a usar "novas"(sic) frequências de rádio (i.e. leilão de espetro) para a banda larga móvel".
As opiniões dividem-se quanto à alínea do memorando. Ao que a Exame Informática apurou junto de fontes bem colocadas no setor das telecomunicações não restam dúvidas de que a alínea defende a criação de incentivos para a entrada de novos operadores, mas também não deixa de ser verdade que a mesma alínea refere que deve ser promovido um leilão de frequências – iniciativa que a Anacom já pôs em prática.
Em comunicado, a Zapp.pt reitera o interesse em participar no leilão, com objetivo de se tornar um operador de 4G, que usa as frequências de 800MHz e e 1800MHz/2600MHz.
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