Esta história começou há exatamente uma semana, a 22 de agosto. Nesse dia, um utilizador do YouTube que dá pelo nome de ‘DHavenShadow’ publicou um vídeo com mais de 40 minutos com uma edição física especial e imagens de jogabilidade de Starfield, o próxima grande videjogo da Bethesda, empresa que está por trás de franquias de enorme sucesso como Fallout e The Elder Scrolls. Considerado como um dos lançamentos mais aguardados do ano, só chega às lojas na próxima semana, a 6 de setembro (o jogo fica disponível no dia 1 de setembro para quem reservou edições mais caras do jogo), pelo que a fuga de informação antecipada tornou-se num caso de grande mediatismo.
Além do mistério de como um youtuber relativamente desconhecido conseguiu acesso a uma cópia física do jogo, a divulgação feita pelo utilizador também foi peculiar – em vez de uma produção cuidada, o vídeo foi gravado em modo retrato e com recurso a um smartphone. No entanto, o conteúdo estava lá: foram revelados os primeiros momentos de jogo, desde a configuração da personagem a momentos de combate e até diálogos entre personagens.
A publicação Kotaku sublinha que a pessoa em questão “não parecia ter ideia do que estava a fazer nem muita familiaridade com os RPG da Bethesda em particular ou jogos de tiros modernos no geral”. Num outro vídeo publicado, o autor da fuga comentou mesmo: “Todd, sem ofensa, este é um bom jogo”, naquele que se assume ser uma mensagem para Todd Howard, diretor do jogo Starfield. “Eu só estava a experimentar. Este é um bom jogo que não ides querer perder”, acrescentou.
Um caso de polícia
Mas o que parecia mais uma história de uma fuga de informação inesperada de um produto muito antecipado tornou-se rapidamente num caso de polícia. Pouco tempo depois das publicações nas redes sociais, o autor das fugas de informação começou a listar para venda várias cópias do jogo Starfield na plataforma Mercari. Mais tarde, publicou vídeos seus a enviar algumas cópias físicas do jogo que já tinha vendido.
E foi aí que a polícia entrou em cena. No dia 25 de agosto, foram publicadas notícias na imprensa especializada de que um norte-americano, de seu nome Darin Harris, tinha sido detido no dia anterior por estar na posse de bens que teriam sido roubados, entre os quais várias cópias do jogo Starfield. E esta era a mesma pessoa que estava por trás das fugas de informação.
Agora, a publicação Polygon revela que Harris foi detido por ser o principal suspeito de ter roubado 67 cópias do jogo, cujo valor supera os 2500 dólares (segundo o relatório da polícia; segundo as contas da Polygon, o valor real será na realidade superior). As cópias do jogo terão sido roubadas de um armazém de uma empresa de distribuição no estado do Tennessee.
E segundo a imprensa local, no momento da detenção a polícia terá encontrado cópias do jogo prontas a enviar por correio, assim como canábis e três armas de fogo, uma das quais suspeita-se que também terá sido roubada.
Em sua defesa, Darin Harris disse que não roubou os jogos, tendo-os comprado a alguém do armazém. Apesar da detenção, o suspeito acabou por ser libertado no dia 25 de agosto, depois de pagar uma fiança de 10 mil dólares. Terá, no entanto, de se apresentar perante um juiz no dia 8 de setembro – o que lhe dará uma semana para jogar Starfield de forma legal.