Demin Gao, professor da Universidade Nanjing Forestry, liderou uma equipa de investigadores universitários da China, Hong Kong e Coreia do Sul, que contou com o apoio de alguns funcionários da Intel, para desenvolver e testar o Wi-Lo, que combina o Wi-Fi e o protocolo de rede LoRa (de Long Range). Esta novidade pode vir a mudar a forma como operam atualmente os dispositivos da Internet das Coisas ou estão a ser pensadas as cidades inteligentes. A equipa trabalhou numa forma de conseguir que os dois padrões de comunicações possam ‘falar’ entre si, maximizando as vantagens de cada um. “Isto reduz custos, complexidade e potenciais pontos de falha, tornando o lançamento da IoT (Internet das Coisas) mais eficiente e escalável”, cita o IEEE.
A equipa usou o recetor LoRa SX1280 da Semtech que opera nos 2,4 GHz. Apesar de a banda ser partilhada com o Wi-Fi, os sinais Wi-Fi e LoRa não são compatíveis. Então, os investigadores desenvolveram um algoritmo que combina estes sinais e faz com que as tecnologias comuniquem entre si. Em termos técnicos, a equipa manipula os dados multiplex do Wi-Fi para emularem os sinais de longo alcance usados no padrão CSS do LoRa. “Isto permite que os aparelhos Wi-Fi possam comunicar ao longo de grandes distâncias com o LoRa e sem usar hardware adicional”, explica Gao.
Os testes foram conduzidos dentro de portas num laboratório e num corredor, e no exterior a distâncias de até 500 metros, com uma taxa de sucesso de 96%. Por terem conseguido usar aparelhos já disponíveis no mercado, os investigadores explicam que esta abordagem não vai aumentar significativamente os custos de implementação ou a complexidade dos sistemas. A desvantagem, para já, passa pela necessidade de energia adicional para os aparelhos funcionarem simultaneamente em Wi-Fi e emularem o sinal para o LoRa, mas a equipa pretende resolver este desafio de seguida.
Gao conclui que “para comercializar o Wi-Lo, os próximos passos envolve otmizações futuras ao sistema para melhorar a eficiência energética, os volumes de dados e a robustez contra interferências. Isto pode requerer mais desenvolvimento de software e novos testes em diferentes ambientes IoT”.
O estudo completo está disponível no IEEE Transactions on Communications.