A ZAO, uma aplicação chinesa lançada sexta-feira passada na App Store chinesa, que utiliza um sistema de Inteligência Artificial (IA) para trocar a cara de celebridades pela dos utilizadores – ao estilo dos vídeos deepfake –, está a levantar algumas questões relativamente à proteção e privacidade de dados biométricos. Esta app tornou-se viral quase instantaneamente e atualmente já milhões de utilizadores a utilizam para criar os seus próprios vídeos no corpo de celebridades.
De acordo com a Reuters, a App Annie, uma empresa focada em fazer o registo de downloads de apps, afirma que a ZAO se tornou a aplicação gratuita mais descarregada na App Store chinesa no dia 1 de setembro.
Os utilizadores ao fazerem login registam o seu número de telemóvel, bem como algumas imagens da sua cara tiradas com o smartphone. Uma vez na app podem escolher um leque de vídeos com celebridades nos quais podem “estampar” a sua cara e depois partilhá-los com o seu grupo de amigos – ser protagonista no filme/vídeo interpretado por Leonardo DiCaprio ou Marilyn Monroe nunca foi tão fácil.
Segundo a agência de informação, alguns utilizadores estão preocupados com a violação dos seus dados privados, pois um dos termos de utilização da aplicação implica que quem fizer upload de imagens tem que entregar os direitos de utilização à ZAO e permitir que a empresa as utilize para fins comerciais.
Na rede social chinesa Weibo, a ZAO disse «perceber a ansiedade das pessoas relativamente à privacidade de dados» e que vai «corrigir as áreas que ainda não foram consideradas».
Recorde-se que recentemente a FaceApp, uma aplicação russa capaz de envelhecer a cara dos utilizadores, que também se tornou viral rapidamente, angariou milhões de dados de utilizadores num curto espaço de tempo e levantou algumas preocupações relativamente à utilização de dados indevidamente.