O nome Cloogy resulta da junção das palavras inglesas Clover (trevo) e Energy (energia) – e é também o nome de uma solução que se conecta ao quadro elétrico de uma casa ou de uma pequena empresa para monitorizar os consumos de eletricidade, ao longo do dia, tomada a tomada.
O Cloogy é composto por três módulos: um primeiro equipado com uma pinça amperimétrica que é acoplado ao quadro elétrico; um segundo que é conectado ao router de casa (os serviços prestados pelo Cloogy pressupõem a existência de um acesso à Net); e um terceiro que mais não é que uma tomada inteligente que, uma vez acoplada numa vulgar tomada elétrica, permite apurar consumos e ligar e desligar remotamente dispositivos que aí estejam conectados.
O Cloogy, que marca a estreia da ISA no segmento de consumo, vai ser comercializado em seis versões: quatro para o mercado residencial e duas para pequenas e médias empresas. Os preços variam consoante as modalidades escolhidas: a versão mais barata do segmento residencial tem um preço de 199 euros; a versão mais sofisticada para empresas tem um custo de 709,90 euros. «O preço foi definido para que se possa recuperar o investimento ao cabo de um ano de utilização do Cloogy», garante Basílio Simões, líder da ISA.
Segundo as estimativas da tecnológica de Coimbra, é possível poupar cerca de 25% dos custos de eletricidade através da monitorização e alteração dos hábitos de consumo. A escala maior, seria possível poupar um milhão de euros diários aos bolsos dos portugueses, bem como reduzir em um milhão de euros semanais os custos do Estado com a eletricidade consumida por edifícios da administração pública, estima a ISA.
Para onde vai a eletricidade
Os dados recolhidos pelos módulos do Cloogy são processados e encaminhados para uma interface na Web, que pode ser visionada por qualquer utilizador registado. Uma vez na sua conta, o utilizador pode descobrir na hora quais os dispositivos que mais contribuem para o consumo de eletricidade, bem como rever o histórico de consumos dos últimos tempos. Tendo em conta a média de consumos e os preços praticados pelas distribuidoras de eletricidade, o Cloogy pode indicar qual a tarifa mais indicada para cada casa. A ISA garante que o serviço terá sempre atualizada a informação sobre as tarifas praticadas pelas várias distribuidoras de eletricidade. O que pode ser útil para saber qual o melhor serviço praticado, após a liberalização do mercado de eletricidade ibérico.
Apesar da monitorização dos consumos poder ser feita tomada a tomada, os dados do Cloogy não têm valor de lei em casos de conflito entre consumidores e distribuidoras de eletricidade. «O nosso objetivo não é fazer comparações ao cêntimo com as faturas da EDP ou de outras fornecedoras de eletricidade. Dizemos isso explicitamente. Até porque os períodos analisados podem não coincidir», atenta Basílio Simões.
Hoje, há 1000 casas que já usam o Cloogy. Cerca de 200 destes utilizadores domésticos foram angariados, a título de ensaio, pela Agência de Ambiente e Energia da Câmara de Lisboa (Lisboa E-Nova). Miguel Águas, diretor da Lisboa E-Nova, não poupou elogios à vertente social que o Cloogy pode ter na Internet: «O objetivo pode ser poupar dinheiro ou reduzir emissões (de carbono) para atmosfera, mas também pode ser competir com o vizinho pelos consumos energéticos mais reduzidos».
A ISA já assinou acordos de distribuição comercial a PT e a Sonitel. Em alternativa às redes de parceiros, é possível comprar o dispositivo num site dedicado ao serviço.
Lá fora, acaba de ser assinado um acordo com uma empresa de distribuição de gás francesa, que encomendou uma remessa de 15 mil dispositivos e que obrigou a ISA a rever em alta a estimativa de venda de 20 mil unidades no primeiro ano. Nos próximos tempos, a empresa de Coimbra pretende levar o Cloogy para os vários mercados onde se encontra (Europa, Brasil, EUA e Ásia). A par da expansão geográfica, estão a ser trabalhadas novas versões que já deverão ser capazes de medir consumos de gás e água.
