Mais de mil funcionários de uma fábrica em Shenzen, na China, fizeram greve depois de os patrões terem anunciado a transferência da fábrica da IBM para a Lenovo. Os trabalhadores não concordaram e pararam de trabalhar. A greve durou até domingo e revela que os empregados chineses começam a aperceber-se dos seus direitos laborais. Este “despertar” pode significar um risco para várias indústrias, nomeadamente as tecnológicas que assentam grande parte da sua produção neste país.
O sindicalista Duan Yi explica que «os trabalhadores chineses são explorados há muito tempo e agora estão cada vez mais cientes dos seus direitos e unidos», cita a Reuters.
No ano passado, outros trabalhadores tiveram a mesma reação quando foi anunciado que a Nokia foi comprada pela Microsoft e que uma determinada fábrica passaria para a liderança da dona do Windows.
A IBM vendeu, por 2,3 mil milhões de dólares, a sua área de servidores de entrada de gama à Lenovo. A decisão de passar a fábrica para a Lenovo foi anunciada a 3 de março. A IBM afirma que, no seu todo, o montante que os trabalhadores vão receber é comparável com o que recebem atualmente, embora a Lenovo tenha declinado comentar.
A ironia no meio desta história é que as novas tecnologias estão a ajudar os trabalhadores a organizar-se e os serviços de chat e as redes sociais levam as notícias de greves para mais sítios, encorajando outros trabalhadores a fazerem o mesmo.