A Asus anunciou, nesta quinta-feira, o lançamento de dois novos smartphones otimizados para videojogos: o ROG Phone 7 e o ROG Phone 7 Ultimate. A aposta no desempenho é transversal a praticamente todos os elementos dos dispositivos – ecrã, processamento, memória, dissipação –, tudo com o objetivo de permitir longas sessões de jogo com as definições no máximo. A Exame Informática já teve a oportunidade de testar o ROG Phone 7 Ultimate e o nosso veredicto poderá ser lido no site já nesta sexta-feira.
A maior novidade dos novos modelos é a integração do chip Snapdragon 8 Gen 2, o mais poderoso da atualidade para smartphones. Isto traduz-se, segundo a marca, numa capacidade de processamento 15% superior aos modelos do ano passado, numa melhoria de 20% em processamento gráfico e num aumento da eficiência energética em 15%.
“A série [ROG Phone 7] está desenhada para levar ao limite a experiência de jogar no smartphone”, disse Chih-Hao Kung, líder global de relações públicas técnicas de smartphones da Asus, numa apresentação antecipada para imprensa na qual a Exame Informática participou.
Mas aquela que é uma das grandes novidades destes smartphones não pode, para já, ser aproveitada. Segundo a Asus, os ROG Phone 7 suportam videojogos com ray tracing – uma tecnologia que simula com precisão a presença e o comportamento de raios de luz num videojogo, trazendo maior realismo a nível de reflexos, sombras e iluminação global sobre os objetos e cenários. Esta é uma tecnologia que só existia em computadores e consolas, e está agora também disponível para smartphones.

No entanto, apesar de o hardware estar preparado para suportar jogos com ray tracing, ainda não existem títulos disponíveis que tirem partido desta funcionalidade. Chih-Hao Kung confirmou que a Asus está a trabalhar com alguns estúdios de desenvolvimento para que sejam lançados jogos com ray tracing para os novos ROG Phone 7.
“[Os jogos] Estão em desenvolvimento com esta funcionalidade e estamos a trabalhar com a Qualcomm para garantir que o hardware está pronto. Neste momento não há jogos, fora das versões beta, que possam experimentar”, esclareceu o responsável.
Os novos smartphones estão ainda equipados com até 16 GB de memória RAM LPDDR 5X, a mais recente geração de memória temporária e que, segundo a tecnológica de Taiwan, é a tipologia de RAM para smartphone mais rápida disponível no mercado, permitindo transferência de dados a uma velocidade de 8533 Mbps, o que representa um aumento de 33% face à geração anterior.
E é por este motivo que nos novos ROG Phone 7, a RAM máxima é de ‘apenas’ 16 GB (o modelo Pro do ano passado vinha equipado com 18 GB de RAM). É que a memória LPDDR 5X só está disponível até esta quantidade. “Estamos limitados pela indústria neste elemento”, brincou o responsável da Asus.
Várias otimizações
Além da atualização expectável dos componentes internos, a Asus fez mais alguns ajustes nos novos ROG Phone 7 em comparação com os modelos do ano passado. O ecrã mantém a resolução (2448×1080 píxeis), mas atinge agora um brilho máximo de 1500 nits. O sistema de dissipação também foi melhorado, com destaque para a presença de placas de grafite 10% mais eficientes, a componente de áudio foi renovada e permite agora atingir um volume máximo 50% superior e suportará também Wi-Fi 7, a futura geração de ligação sem fios à internet.
A Asus anunciou igualmente uma nova geração do acessório AeroActive Cooler. Este dissipador externo é, basicamente, uma ventoinha que ajuda a manter o smartphone mais fresco – o que é essencial para aguentar sessões de jogo mais prolongadas, sem prejudicar o desempenho dos jogos. Mas há duas novidades no modelo deste ano: o AeroActive Cooler 7 tem agora uma saída de som própria, que melhora a reprodução de graves do smartphone; e tem uma pequena saída de ar que fica posicionada sobre o ecrã, para garantir que também o painel (e não apenas a traseira) fica até 8° mais frio.

Com este acessório, a Asus diz ser possível jogar durante mais de 30 minutos seguidos sem que a temperatura interna do smartphone suba acima dos 36°, o que permite jogar títulos exigentes como Genshin Impact e Diablo Immortal a 60 fotogramas por segundo de forma consistente e prolongada.
Nas restantes especificações, o ecrã é AMOLED de 6,78 polegadas e tem uma taxa de atualização máxima de 165 Hz, a componente de fotografia é assegurada por um trio de câmaras traseiras – 50 megapíxeis a principal, 13 megapíxeis a ultra grande angular e oito megapíxeis para fotos em modo macro – e por uma câmara frontal (nova) de 32 megapíxeis. Os sensores usados nas câmaras traseiras são iguais aos dos Asus ROG Phone 6, mas a marca garante que o desempenho foi melhorado graças a novos algoritmos de otimização de imagens.
Mais apoios de jogo
Se o hardware é a estrutura principal para uma boa sessão de jogo, o software pode ser igualmente importante, sobretudo como apoio na jogabilidade. Neste sentido, a Asus apresentou duas novidades. Uma chama-se X Sense. Na prática é um sistema que usa Inteligência Artificial para analisar o desenrolar de um jogo e alertar o utilizador, através de notificações, para acontecimentos importantes e que podem influenciar as decisões da estratégia de jogo – algo por agora só funciona no título Arena of Valor.
Já o modo X Capture funciona de forma semelhante, mas para gravar momentos-chave do jogo – por exemplo, quando o utilizador derrota vários inimigos em série, o smartphone percebe que é um momento que pode querer partilhar e inicia uma captura de ecrã.
Os botões virtuais acionados por toque na lateral do smartphone, os AirTriggers, também marcam presença, como já é habitual na linha ROG Phone.
Descubra as diferenças
Os dois novos smartphones são em tudo iguais, exceto em quatro elementos: a versão ROG Phone 7 Ultimate tem um pequeno ecrã traseiro que mostra animações mediante as ações feitas no telefone (como receber uma chamada ou iniciar um jogo); vem com o acessório de dissipação e comando de jogo AeroActive Cooler 7 de origem (é uma compra opcional para o ROG Phone 7); o Ultimate tem uma porta mecânica, na traseira, que abre quando o AeroActive Cooler está ligado e permite uma dissipação mais rápida e eficaz; e o ROG Phone 7 está disponível em versões de 12 GB e 16 GB de RAM, enquanto o Ultimate só está disponível com 16 GB de RAM.

Estas diferenças influenciam, por consequência, o preço: o ROG Phone 7 custa 1029,99 euros na versão com 12 GB RAM e 256 GB de armazenamento, custando 1199 euros na versão com 16 GB de RAM e 512 GB de armazenamento. Já o ROG Phone 7 Ultimate (16 GB/512 GB) custa 1429 euros. Ambos ficam disponíveis para compra nesta quinta-feira, 13 de abril, na loja da marca.
Em termos de aparência, os novos ROG Phone 7 são em tudo semelhantes aos modelos do ano passado – a marca aposta numa combinação de cores contrastantes (preto e branco) e apontamentos de design ao estilo “robô do espaço”.
Ambos os dispositivos vêm equipados com Android 13 e com uma camada de personalização do software chamada ROG UI, vão ter duas atualizações de sistema operativo (ou seja, até ao Android 15) e quatro anos garantidos de atualizações de segurança.
A Asus revelou ainda que, por semana, em 2022, os utilizadores dos smartphones ROG jogaram o equivalente a quatro milhões de horas, o que representa um aumento de 36%, em utilização, em comparação com o ano anterior.