Dados internos da Google concluíram que as soluções de Inteligência Artificial conseguem executar em poucas horas um trabalho que demora meses a uma equipa de humanos no que toca a desenhar chips. Assim, num estudo publicado da Nature, a Google explica como, pela primeira vez, está a usar um chip de Inteligência Artifical (IA) para desenhar um produto comercial, uma versão própria de uma TPU (de tensor processing unit) usada para computação automatizada.
Os cientistas da Google esperam que esta abordagem venha a ter grande impacto na indústria dos chips, permitindo às empresas explorar mais rapidamente possíveis arquiteturas para designs específicos. Este avanço pode ainda levar ao fim da Lei de Moore, que vaticina que o número de transístores por chip duplica a cada dois anos. A solução inteligente não vai resolver o problema físico de conseguir integrar mais transístores, mas pode ajudar a encontrar então soluções inovadoras para se conseguir aumentar o desempenho ao ritmo desejado.
A equipa da Google usou estes algoritmos para uma tarefa especifica conhecida por floorplanning, durante a qual designers humanos recorrem a computadores para descobrir a disposição ideal para os diferentes componentes, como GPUs, CPUs, memórias e outros, ligados por cabos com dezenas de quilómetros de comprimento. Qualquer variação na posição do componente, à nano-escala, acaba por ter grandes efeitos no desempenho conseguido. A IA olha para esta tarefa como um jogo, à semelhança do que faz com o xadrez ou com o Go, para explorar as diferentes combinações para chegar a um resultado satisfatório, explica o The Verge.
A máquina foi ‘alimentada’ com um conjunto de dados de mais de dez mil planos de chips, com qualidade variável e associados a uma ‘recompensa’ com base no desempenho oferecido e outras métricas de sucesso, como a energia ou os cabos necessários. O sistema depois foi empregue para criar soluções que parecem diferentes das que são criadas por humanos.
Neste estudo, a Google descreve a utilização da IA apenas para desenhar chips, mas sabe-se que tanto esta empresa, como a Nvidia e outros estão a explorar o uso de sistemas inteligentes para melhorar o desempenho das soluções existentes noutras vertentes, num ciclo virtuoso.