Segundo diferentes fontes, a Huawei terá começado a considerar o desenvolvimento de um sistema operativo (SO) próprio por volta de 2012, bem antes do conflito comercial entre EUA e China que levou ao bloqueio da utilização de tecnologias de origem americana pela Huawei. O desenvolvimento do HarmonyOS foi acelerado em 2019, mas em julho desse ano um executivo da Huawei declarou que o SO da empresa chinesa seria apenas destinado a dispositivos IoT (Internet das Coisas). Mas tudo mudou e o HarmonyOS evoluiu para um sistema operativo mais completo e que pode ser aplicado em smartphones e tablets. Um SO que é aberto a outros fabricantes. E, segundo alguns rumores, outras marcas deverão entrar neste ecossistema. Atenção que segundo a informação disponível, o HarmonyOS 2.0, pelo menos nas variantes para smartphones e tablets, tem uma base similar à do Android, o que deverá facilitar a adaptação de apps criadas para Android ao novo SO. O HarmonyOS 2.0 é apresentado como um pilar fundamental da estratégia que a Huawei define como 1+8+N que, basicamente, assenta na ideia de se criar um ecossistema digital com dispositivos inteligentes, normalmente com o smartphone como centro de controlo de uma grande variedade de smart devices.
Huawei Watch 3: mais smartwatch
Uma das críticas mais repetidas relativamente aos smartwatches da Huawei é que não são verdadeiramente relógios inteligentes porque são muito dependentes do smartphone e não suportam a instalação de apps de terceiros. Ora, uma das maiores novidades do Watch 3 é o acesso à loja de apps da Huawei, bem como independência na comunicação graças ao eSIM com suporte para 4G. O que significa que o Watch 3 pode funcionar sem o smartphone por perto, até mesmo para descarregar e instalar aplicações. No que concerne à conectividade, há, ainda, Bluetooth de última geração, NFC e Wi-Fi. Quanto ao carregamento, é sem fios.
Em termos de design – já estamos a testar o Watch 3 – há muitas semelhanças com o modelo anterior em termos de formato e dimensão. Mas há novidades importantes. A primeira é a adição de um segundo botão de controlo e, ainda mais importante, o botão principal é agora rotativo, para facilitar a exploração dos menus. Além da interface tradicional em listagem, há uma nova forma de expor as apps, semelhante à usada pelos relógios da Apple: um único ecrã com todos os ícones das apps, em que podemos mover este ecrã com o dedo e/ou usar o botão rotativo para diminuir/aumentar o zoom. No entanto, pelo menos nesta fase inicial, o número e variedade de apps disponíveis na App Gallery para o Watch 3 são, ainda, limitados. E o mesmo se pode dizer dos mostradores disponíveis: além dos poucos fornecidos, praticamente todos os disponíveis para instalação são pagos.
Mas há mais novidades importantes. Agora há um sensor de temperatura na pele, que pode ser usado para uma análise mais sofisticada dos sinais vitais do utilizador, restistência à água até 5 ATM (50 metros de profundidade), sistema para drenar água através de vibração sonora (muito semelhante ao disponível nos Apple Watch), ecrã AMOLED de 1,43” com frequência de 60 Hz e elevado brilho (1000 nits) e sensor de queda (com alertas SOS). A autonomia em modo 4G chega aos 3 dias e a autonomia em modo de poupança de bateria atinge duas semanas.
O Watch 3 vai estar disponível numa versão mais premium, denominada Pro, com vidro de safira, dois canais GPS e maior autonomia (5 dias em full 4G e 21 dias em modo de poupança de bateria).
Estes relógios chegam ao mercado a 1 de julho, com reservas abertas a partir de 7 de junho com oferta dos FreeBuds 4 mencionados abaixo. Os preços variam entre €369,99 e €599.
Mais novidades
O Watch 3 pode ser a estrela do mais recente anúncio de produtos da Huawei. Mas teve companhias importantes. A começar pelos FreeBuds 4. São, segundo a marca, mais leves, mais compactos e conseguem melhor som do que as versões anteriores. A Huawei destaca a melhoria de 50% na capacidade dos baixos, os timbres mais ricos, melhor supressão de ruído ativa (ANC) graças a um segundo microfone e carregamento rápido. Estes auriculares chegam ao mercado a 1 de julho. Os preços são de €159,99 para a versão com carregamento com fios e de €189,99 para a versão com carregamento sem fios.
Nos tablets há uma novidade importante em termos de análise de mercado. O MatePad 11, que chega a Portugal em agosto (preço ainda não anunciado), usa um processador Snapdragon 865 em vez de um processador da Huawei. O que pode ser uma consequência do bloqueio imposto pelos Estados Unidos à TSMC, que ficou proibida de produzir novos chips para a Huawei. Este tablet tem um ecrã com 2560×1600 píxeis de resolução capaz de se atualizar a 120 Hz. Outra novidade importante é a utilização do HarmonyOS em vez do Android. Entre as características distintivas deste sistema está a interface com preview dos documentos abertos, um pouco como estamos habituados nos PCs, e a capacidade de funcionar como segundo ecrã de portáteis, tanto em modo mirror como em modo de extensão da área de trabalho. Em portáteis Huawei será ainda possível partilhar ficheiros diretamente entre portáteis e tablets.
Ainda nos tablets, há um novo topo de gama, o MatePad Pro. Segundo a Huawei, este será o tablet com a melhor relação entre ecrã e chassis, atingindo 94%. O que significa molduras muito finas. Ao contrário do MatePad 11, o MatePad Pro vem equipado com um chip da Huawei, o Kirin 9000E, o processador que já era utilizado no Mate 40. No entanto, o MatePad Pro não vai estar disponível no mercado nacional.