A conferência de imprensa da Huawei no MWC começou com a empresa a fazer um agradecimento público pelo excelente ano de 2018, onde registou vendas de 206 milhões de smartphones o que lhe permitiu chegar a número 2 do mercado – posição que a Apple voltou a conquistar entretanto. Será importante referir que o fabricante chinês também vendeu 100 milhões de smart devices – onde se incluem tablets, computadores e equipamentos de IoT (Internet das Coisas).
O dispositivo mais esperado era o Mate X: o primeiro telefone dobrável da Huawei. O equipamento tem dois ecrãs (de 6,6 , 19:9 2480×1148; e 6,38”, 25:9 , 2480×892) que, quando estão abertos em simultâneo dão origem a um ecrã de 8”, formato 7:1, com uma resolução de 2480×2200 pixéis. O telefone tem muito bom aspeto e pela demonstração que vimos em palco, o sistema de “dobragem” parece ser firme. A Huawei explicou este Falcon Wing Design demorou 3 anos a ser desenhado e que o sistema que permite dobrar os ecrãs tem 100 componentes – a patente está, claro, registada.
Aberto, o Mate X tem apenas 5,4 mm de espessura. É mais fino que o iPad e outros telefones dobráveis. Quando está fechado, o telefone da Huawei fica com 11 milímetros de espessura. O terminal tem um sensor biométrico colocado na lateral e é Dual SIM. Aqui, é preciso fazermos outro destaque: o Mate X é um terminal 5G que já vem preparado para as duas normas. Ou seja, para a que vai servir de transição ainda com o 4G em funcionamento e a seguinte que já só vai contar com o 5G – ou seja, este é um terminal com alguma longevidade no que à rede diz respeito. Será importante referir que os dois SIM do telefone não funcionam a 5G – apenas, um, o outro fica limitado a 4G.
Desempenho
Dentro do Matex X bate o Kirin 980 (o processador da Huawei que já está no atual topo de gama do fabricante) que é agora auxiliado pelo Balong 5000 que trata das comunicações e, em última análise, é o motor que permite o 5G. O telefone vem com duas baterias que totalizam 4500 mAh e estreia um carregamento super-rápido a 55W – o mais rápido do mundo. Em 30 minutos, o telefone fica com 85% da bateria.
Em termos de câmara, a Huawei está usar um sistema Leica para a câmara frontal de forma a privilegiar as selfies. Também é possível estar a tirar uma foto e, quem está à frente da câmara, pode ver o que vai ser fotografado – no ecrã frontal.
Experiência
O software do telefone foi muito adaptado para que a experiência possa tomar partido de um ecrã tão grande. Por isso, há integrações com aplicações tipo Office e com aplicações de entretenimento. Por exemplo, é possível editar fotos e vídeos com maior conforto e, claro, abrir folhas de cálculo e apresentações. Também existe uma experiência de navegação Web, lado-a-lado, que permite abrir novas páginas numa janela que fica visível.
O Mate X vem com uma caixa protetora desenhada de raiz para este chassis.
Novos computadores
O primeiro dispositivo a ser lançado neste evento foi o Matebook X Pro (com preços a começar nos 1599 euros). Um portátil que continua a situar-se na linha premium do fabricante chinês onde os grandes destaques vão para a forma como o ecrã chega até às extremidades do chassis que tem, na parte mais fina, apenas 4,6 milímetros de espessura. O ecrã com rácio de 3:2 mostra bem que a Huawei está a posicionar esta máquina para uma utilização de produtividade – temos mais área de visualização e de trabalho. O ecrã tátil de 3000×2000 px usufrui de várias funcionalidades disponibilizadas pelo software – é possível, por exemplo, fazer um swipe com três dedos no ecrã para capturar uma imagem.
No que ao hardware diz respeito, o Matebook X Pro integra a versão mais recente de processadores da Intel (a 8) e um chip gráfico avançado, o GeForce MX250, e a terceira geração de Thunderbolt com velocidades que chegam aos 40 gb/s. Finalmente, o computador tem um sistema de quatro colunas e, como seria de esperar, integra, também, a especificação Dolby Atmos. Em termos de segurança, o sensor de impressão digital está colocado num chip independente do resto do sistema.
Partilha contínua
O fabricante está muito apostado no conceito de continuidade que permite partilhar conteúdos entre dispositivos. Chama-se Huawei Share OneHop e, pelo que vimos na demonstração, basta aproximar o telefone da área onde está esse símbolo para que os ficheiros sejam transmitidos automaticamente (velocidade de 30 Mbps). A funcionalidade também permite usar o telefone para capturar o que está a ser mostrado no PC e, por exemplo, a fazer copy/paste de textos de um lado para o outro.
A Huawei lançou também o Matebook 13, agora com ecrã tátil, e o Matebook 14; máquinas que vêm para completar o portefólio de computadores do fabricante.
A feira
O Mobile Word Congress é a maior feira de telecomunicações do mundo. O certame abre portas amanhã em Barcelona e vai ter mais de 2400 expositores. E o número de visitantes não para de crescer: este ano a organização antecipa, mais uma vez, que seja quebrada a barreira das 100 mil pessoas que vistam a Fira (local do evento) para ver o que de melhor se faz no setor. A grande tendência do evento é o advento do 5G. A próxima geração de comunicações móveis traz a maior largura de banda alguma vez permitida em redes deste tipo (pode chegar aos 10 Gbps) e latências muito pequenas – que permitem transferências fluídas de dados em tempo real e experiências colaborativas.