A startup Fervo está a testar um novo tipo de instalação de produção de energia, tirando partido do fracking, ou fraturamento hidráulico, visando gerar energia a partir do calor da Terra. A empresa construiu uma instalação no deserto do Nevada que, para já, está a produzir dois a três megawatts de energia e a alimentar a infraestrutura elétrica onde existem alguns centros de dados operados pela Google.
Apesar do centro rochoso quente da Terra ser mais ou menos ubíquo, as fábricas geotermais representam apenas uma fração do fornecimento global de energia no planeta, pois são construídas em locais onde a água quente possa ser facilmente canalizada, para se ‘colher’ os frutos de fontes quentes e os vapores serem usados para alimentar as turbinas. Na instalação do Nevada, a abordagem é diferente, com a Fervo a furar para rochas que estão completamente secas e a criar uma fonte quente artificial ao bombear água para baixo que depois retorna à superfície, com temperaturas muito mais elevadas, explica o ArsTechnica.
A startup inspirou-se nas estratégias da indústria petrolífera e fez dois furos com mais de sete mil pés que depois ligou na horizontal, através do fracionamento: a água entra num deles fria e sai pelo outro quente, para alimentar as turbinas e gerar energia. Em determinados períodos, a temperatura chegou aos 191 graus centígrados e jorrou-se água suficiente para produzir 3,5 megawatts. Estes valores ainda estão abaixo das expetativas iniciais de produção de cinco megawatts, quando o projeto foi anunciado com a Google, mas o CEO, Tim Latimer, estima que se consiga melhorar o desempenho com o passar do tempo e atingir estes valores.
A startup quer agora construir uma segunda instalação deste género a uma escala muito maior, com 400 megawatts, no estado do Utah, em 2026.