Mikhail Ivanov, do MIT, Oliver Philcox, da Universidade de Columbia e Marko Simanovic, da Universidade de Florença, receberam 100 mil dólares e o New Horizons Prize pelo seu trabalho no estudo do Universo. “Contribuições para o nosso entendimento das estruturas de grande escala do Universo e o desenvolvimento de novas ferramentas para extrair Física fundamental das investigações da galáxia” são os motivos apontados pela organização para atribuir este prémio. O New Horizons Prize é uma iniciativa que visa dar recompensas financeiras a investigadores no início da carreira através do Breakthrough Prize Foundation, suportado por Sergei Brinn, Priscilla Chan, Mark Zuckerberg, Yuri e Julia Milner e Anne Wojcicki.
De acordo com o modelo cosmológico padrão, o universo começou a formar-se após o Big Bang e com pequenas perturbações a evitar a mútua aniquilação por contacto da matéria com a antimatéria. Estas perturbações permitiram que pequenas bolsas de plasma sobrevivessem e o movimento expansivo dos filamentos derretidos formou uma espécie de estrutura de poças interconectadas. Hoje, o Universo existe como um mapa destas interações de partículas de outrora, congeladas no tempo ao longo de estruturas de uma enorme teia cósmica.
Oliver Philcox explica que se trata de um sistema de colisão de partículas biliões de vezes maior do que o Large Hadron Collider que temos a operar no Universo. A necessidade de mapear esta teia cósmica e perceber melhor fenómenos estranhos como matéria negra e energia negra, conceitos que não são explicáveis à luz da cosmologia convencional, levou os físicos a olhar para as grandes estruturas diretamente.
“Uma boa analogia são as ondas de água. Se o nosso universo é um oceano, as flutuações de CMB (de Cosmic Microwave Background) são pequenas agitações à superfície. Uma galáxia é então um tsunami ou um furacão. As agitações são facilmente descritas com a dinâmica de fluidos desenvolvida há séculos. Essa é, em essência, a teoria da perturbação cosmológica. Um furacão é impossível de explicar só com papel e caneta, podemos conduzir algumas simulações computadorizadas caras, mas são altamente incertas”, conta Ivanov ao Live Science.
O trio realizou contribuições decisivas para a EFT, de Effective Field Theory, para grandes estruturas, bem como construiu várias ferramentas estatísticas que ajudam a perceber como as galáxias interagem. Esta teoria ajuda a simplificar o estudo das grandes estruturas e torna-se essencial para ver o cosmos e testar outros princípios avançados sobre os primórdios dos tempos.