Lançado no ano 2000, o Hyundai Santa Fe depressa se tornou o modelo da marca coreana com maior crescimento de vendas em todo o mundo. Nos primeiros cinco anos de vida, chegou a uma produção de quase um milhão de unidades, graças sobretudo à boa aceitação que teve nos EUA ‒ e que ainda hoje mantém. Só para dar uma ideia, dos 220 mil Santa Fe vendidos no ano passado, mais de metade ‒ 131 mil, para sermos exatos ‒ foi adquirida naquele país.
Com a aposta ganha ao longo das duas últimas décadas, a Hyundai foi aprimorando as novas versões, quer fosse através de faceliftings quer com o lançamento de novas gerações, aos poucos o Santa Fe foi sendo melhorado a todos os níveis, desde a estética à tecnologia, passando pela segurança. Contudo, após cada uma destas “mexidas”, ficava sempre a sensação de que o novo modelo não estava muito diferente do seu antecessor. Talvez por existir algum receio de “romper” com um produto vencedor, os engenheiros e designers da Hyundai preferiram manter-se algo conservadores na evolução deste veículo. Chegados à quinta geração, tudo parece ter mudado. E para melhor. O novo Santa Fe está quase irreconhecível. Logo a começar pelo design arrojado que, embora possa não ser do agrado de todos, não deixa ninguém indiferente. As linhas retilíneas, que quase parecem desenhadas a régua e esquadro, conferem-lhe uma imagem moderna, imponente e robusta. Os faróis, com um formato em “H”, ajudam, ainda mais, a torná-lo um veículo diferenciado dos demais.
A traseira poderá ser o aspeto menos conseguido, mas, quando se concebe um automóvel, por vezes o design acaba por ceder à engenharia e, ao que tudo indica, foi o que aconteceu neste caso. porém, o que se perdeu em estética ganhou-se em conforto e bem-estar para os ocupantes da terceira fila, onde os bancos ganharam mais sete centímetros em altura, melhorando claramente o espaço para que dois adultos possam fazer uma viagem bem mais agradável.
Apesar das suas dimensões e características, o Santa Fe é um veículo que surpreende na condução
Já no interior, a transformação foi bastante aprimorada. A começar pelo espaço e conforto. No lugar do condutor, os ajustes dos bancos permitem um curso longo, adaptando a posição de condução a qualquer tipo de estatura da pessoa que vai ao volante. Os bancos dianteiros estão ainda equipados com memória ‒ bastante útil para famílias que mudem constantemente de condutor ‒ e disponibilizam ventilação e aquecimento interior.
Em termos de segurança, o Santa Fe vem equipado com vários sistemas de ajuda ao condutor, como é o caso da travagem autónoma de emergência, monitorização e aviso de atenção do condutor, manutenção do veículo na faixa de rodagem, câmaras que mostram os ângulos mortos e cruise control adaptativo, entre outros.
Toda a informação é disponibilizada ao condutor através de um monitor curvo, que integra dois ecrãs: um com o painel de instrumentos, configurável, e outro, tátil, para o infoentretenimento. Ambos têm as mesmas dimensões, de 12,3 polegadas. Existe ainda um terceiro ecrã tátil, situado na consola central, para controlar a climatização.
O Hyundai Santa Fe PHEV vem equipado com um motor 1.6 litros de 160 cavalos, ajudado por um motor elétrico de 91 cavalos, o que permite atingir uma potência combinada máxima de 253 cavalos. A bateria de 13,8 kWh possibilita circular até 65 quilómetros em modo exclusivamente elétrico. Contudo, é preferível usar este método apenas quando percorrer distâncias curtas, ou então quando está a fazer manobras ou em situação de para-arranca. A energia disponível na bateria poderá fazer mais sentido ser usada em conjunto com o motor térmico, permitindo desta forma um consumo mais eficiente de combustível.
Apesar das suas dimensões e características, o Santa Fe é um veículo que surpreende na condução. Bastante ágil e dinâmico, mesmo em circuitos mais sinuosos, mostrando um excelente comportamento em curva. Embora não seja um puro todo-o-terreno, o Santa Fe não se fez rogado a percorrer circuitos fora de estrada, ultrapassando sem qualquer dificuldade todos os obstáculos que foram surgindo no caminho.
Ao longo dos anos, a Hyundai tem vindo a reposicionar-se no mercado, tentando que os seus topos de gama se aproximem, cada vez mais, dos veículos premium, mantendo os preços bem mais em conta. E este novo Santa Fe é um bom exemplo disso. Além de todo o equipamento, espaço e conforto, a Hyundai atribui-lhe ainda alguns sistemas para o tornar mais eclético, entre eles o sistema de som da Bose, um compartimento de esterilização de objetos e um duplo carregador de telemóvel por indução. Os preços começam nos 71 mil euros para a versão de entrada de gama.
Espaço para quase tudo
Até para instalar uma cama, com os bancos da segunda e terceira filas rebatidos

Dois em um
O painel de instrumentos e o ecrã de infoentretenimento, ambos de 12.3 polegadas, estão integrados no longo painel curvo, que permite uma boa visibilidade e acesso. O sistema é bastante intuitivo e de fácil utilização.

Sete lugares
A terceira fila de bancos dispõe de dois lugares, que permitem acomodar dois adultos de forma confortável, mesmo em viagens longas. Em relação à anterior geração, estes lugares ganharam dois centímetros para as pernas e sete centímetros em altura.

Bagageira
Na versão cinco lugares, a bagageira oferece uma volumetria bastante generosa de 621 litros. Se optarmos por rebater todos os bancos, o espaço aumenta para um total de 1 942 litros, o que permite instalar uma verdadeira cama para dormirem duas pessoas.
Artigo publicado na Exame nº 487 de janeiro de 2025