Os materiais com propriedades supercondutoras fazem levitar comboios, amplificam a capacidade de computação dos computadores, permitem detetar campos magnéticos muito ténues. São a materialização da perfeição: conduzem a corrente elétrica, sem oferecer resistência. Mas como é sabido a perfeição não existe – ainda! Para que esta condução da eletricidade aconteça fluida, sem espinhas, o material tem de estar a uma temperatura muito, muito baixa. Não é, portanto, uma condição fácil de atingir. Exige recursos e um considerável gasto energético. Grupos de físicos em todo o mundo dedicam-se a tentar descobrir um material que se comporte desta forma, a temperaturas humanamente confortáveis. “Para a Física, seria como encontrar o Santo Graal”, compara o professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Grégoire Bonfait.
Tal como acontece com alguma frequência na pretensa busca pelo cálice sagrado, também surgem de quando em vez anúncios de que se chegou ao tal supercondutor a temperatura ambiente. Até agora, todas estas alegações têm vindo a ser refutadas. Geralmente por equipas independentes de cientistas que ao tentar reproduzir as condições da experiência chegam a diferentes conclusões.