Investigadores da Austrália, Japão, Itália e Países Baixos juntaram-se para um projeto inovador de fibra ótica com 19 núcleos em cada cabo e com cada um deles a ser capaz de atingir velocidades de transmissão de dados de 1,7 petabits por segundo (Pbit/s) ao longo de 67 quilómetros. Tecnicamente, não é o recorde de velocidade, uma vez que uma equipa escandinava conseguiu atingir 1,84 petabits por segundo em 2022, mas a fibra ótica agora revelada tem standards semelhantes aos da fibra usada comercialmente, pelo que a sua implementação nas infraestruturas de internet podeeá ser feita num prazo mais curto.
Simon Gross, da Universidade de Macquarie, Sydney, explica que as décadas de inovação e investigação ótica ajudaram a conduzir ao momento que vivemos hoje: “Usaram-se cores diferentes, polarizações diferentes, coerência de luz e muitos outros truques para manipular a luz”.
O grande responsável por se conseguir atingir estas velocidades é o chip de vidro usado na fibra e que pode ser aplicado nos cabos atuais, sem exigir uma grande alteração de infraestrutura. “Criamos um chip de vidro compacto com um padrão de onda integrado através de tecnologia de impressão a laser 3D. Permite alimentar 19 sinais dos núcleos individualmente com perdas uniformes e baixas. As outras abordagens estão limitadas no número de núcleos e resultam em perdas de muita luz, o que reduz a eficiência do sistema de transmissão”, cita o New Atlas.
Atualmente, a maior parte dos cabos opera com um único núcleo que transporta múltiplos sinais de luz, o que significa que está limitado a alguns terabits por segundo por causa da interferência entre os sinais. “Podíamos aumentar a capacidade ao usar cabos mais grossos. Mas cabos mais grossos significa também serem menos flexíveis, mais frágeis, menos propensos a cabos longos e exigiria uma reengenharia massiva da infraestrutura de fibra ótica” assume Gross.
A equipa considera que a tecnologia patenteada das fibras de 19 núcleos pode ser aplicada em vários campos “incluindo encontrar planetas em estrelas distantes, deteção de doenças e até mesmo identificar danos em canos”.