Investigadores detetaram uma vaga de sismos a acontecer no núcleo de Marte pela primeira vez, o que lhes permitiu depois descobrir o que constitui o centro do planeta. “Em 1906, cientistas descobriram o núcleo da Terra ao observar a forma como ondas sísmicas eram afetadas à medida que o cruzavam. Após mais de cem anos, estamos a aplicar o nosso conhecimento de ondas sísmicas em Marte. Com a InSight estamos a descobrir finalmente o que está no centro de Marte e o que torna Marte tão semelhante e tão distinto da Terra”.
A forma como os sismos se movimentam dentro do núcleo e como refletem ajuda os investigadores a criar mapas da composição interna dos planetas.
O núcleo de Marte esteve por explorar até 2021, ano em que a InSight detetou dois grandes eventos noutro lado do planeta: o maior sismo detetado até à data e um impacto de um meteorito. Por terem acontecido no outro lado do planeta, a sonda conseguiu analisar as diferentes ondas: as que passaram à volta do planeta e as que passaram pelo meio deste, fornecendo a primeira leitura das ondas sísmicas que atravessaram Marte, explica o ScienceAlert.
Em comparação com a Terra, que tem um núcleo exterior líquido, um núcleo interno sólido e outro ainda mais denso, mais interno, Marte aparenta ter um núcleo líquido na sua totalidade, mas com uma elevada proporção de elementos mais leves, predominantemente enxofre, mas também oxigénio, carbono e hidrogénio. Esta proporção equivale a dizer que o núcleo é menos denso do que o da Terra e pode ajudar a explicar a razão pela qual o planeta ‘vermelho’ não tem um campo magnético semelhante ao da Terra.
O estudo completo destes investigadores foi publicado no Proceedings of the National Academy of Science.