Após seis meses de calibrações no espaço, o Telescópio James Webb está pronto para começar a enviar fotografias que nos mostram o universo com um detalhe nunca antes conseguido. Para marcar a ocasião, Joe Biden e Bill Nelson apresentaram a primeira fotografia de elevada resolução, colorida. “Senhor Presidente, se pegar num grão de areia na ponta dos seus dedos, à distância de um braço, é esta parte do universo que está a ver. Só uma pequena fração do universo”, descreveu Bill Nelson.
A imagem, com o título ‘Webb’s First Deep Field’ mostra a imagem mais nítida e ‘profunda’ do universo distante. Nela conseguimos ver um conjunto de galáxias chamado SMACS 0723 que apareceu há 4,6 mil milhões de anos. Um dos elementos mais ténues que podemos ver em plano de fundo tem mais de 13 mil milhões de anos. A NASA realça que há telescópios como o COBE (de Cosmic Background Explorer) capazes de capturar imagens mais antigas, mais próximas do momento do Big Bang, mas que não mostram estrelas e galáxias como faz o Webb.
O JWST (de James Webb Space Telescope) foi anunciado com data prevista de lançamento para 2007. Depois de um redesenho feito em 2005, o projeto ficou completo em 2016, com lançamento marcado para 2018. Registaram-se mais alguns atrasos e percalços, que adiaram a finalização da construção para 2019, mas com a chegada da pandemia, os planos de lançamento e testes tiveram novamente de ser remarcados. Foi só no final do ano passado que o Telescópio acabou por sair da Terra em direção ao espaço. As sucessivas derrapagens e remarcações elevam o custo desta missão para os dez mil milhões de dólares.
Este aparelho está construído para ver os objetos essencialmente no espectro infravermelho e apresenta uma sensibilidade cerca de 100 vezes superior à do predecessor, o Hubble, que operava maioritariamente no espectro ótico e ultravioleta.
Está marcada para esta terça-feira uma nova conferência de imprensa da NASA para apresentar mais imagens captadas pelo Telescópio.