Uma equipa da Universidade do Minnesota desenvolveu um contracetivo que atua sobre a forma como os nossos organismos interagem com a vitamina A, essencial para a fertilidade dos mamíferos. Segundo os investigadores, os ratos de laboratório a quem foi dada a substância mantiveram-se estéreis durante quatro semanas, sem efeitos secundários. O objetivo é começar os testes clínicos em humanos ainda este ano.
Esta abordagem visa propor uma forma de controlo de natalidade não hormonal para os homens. A equipa descobriu um componente experimental que bloqueia uma proteína responsável pela ligação de uma forma de vitamina A nas nossas células conhecida por RAR-α. Esta é uma de três proteínas com esta função e a expetativa dos investigadores é que o bloqueio de uma seja suficiente para induzir esterilidade nos homens de forma prolongada, mas reversível e sem efeitos adversos, explica o Gizmodo.
A vantagem desta proposta é que não atua sobre as hormonas. Tratamentos criados com fins idênticos manipulam a testosterona, o que acaba por ter consequências indesejáveis, como a subida do colesterol ou a perda do desejo sexual. Este tratamento, por não apresentar consequências adversas, pode configurar uma opção mais apetecível.
O componente, GPHR-529, foi testado em cobaias no laboratório, com 99% de eficácia. Quatro semanas depois de terem parado de administrar o medicamento aos ratos, estes voltaram a ter contagens de esperma elevadas e tornaram-se férteis novamente. Abdullah Al Noman, estudante que faz parte da equipa, explica que “os resultados parecem promissores até agora. Mas os testes clínicos são o teste definitivo para a segurança de qualquer candidato a medicamento”.
A utilização do componente foi licenciada para a empresa YourChoice Therapeutics, para desenvolvimentos posteriores. Os testes em humanos devem, previsivelmente, arrancar ainda este ano.